Entre os objetivos centrais do projeto estão o desenvolvimento de habilidades que reforcem plenamente o potencial e a autonomia das meninas; o fortalecimento de conhecimentos sobre direitos, para que possam transformar suas realidades e o mundo ao redor. Outro objetivo é incentivar a participação cidadã com ações de incidência política para a promoção do direito a uma vida sem violências, abusos e desigualdades de gênero em todos os âmbitos.
Neste ano, ainda por causa da pandemia de Covid-19, as atividades da Escola de Liderança para Meninas vão acontecer pela internet. “Na primeira etapa, entre os meses de abril e junho, as meninas selecionadas farão um curso on-line. Os conteúdos serão apresentados em quatro módulos com oficinas sobre Identidades e Desigualdades, Direitos Humanos, Democracia e Participação, Empoderamento e Liderança e Liderança e Participação feminina”, afirma Ana Nery Lima, coordenadora de projetos da Plan International Brasil em São Paulo. Todos os meses, as meninas participarão de encontros on-line com o objetivo de trocar experiências e abordagens transversais sobre as diversas temáticas do curso.
Além do curso on-line, a Escola de Liderança para Meninas terá ainda duas outras fases, uma de Mobilização Social e Espaços de Participação, e a outra de Mentorias. “Entre julho e outubro, vamos atuar em conjunto com órgãos públicos para realizar visitas técnicas, conversas com gestores públicos e outras atividades”, acrescenta Ana Nery Lima. As visitas ainda dependem das medidas de segurança e distanciamento social decorrentes da pandemia, de acordo com o que for possível realizar a partir de julho. Será nesta fase também que as participantes desenvolverão um Plano de Incidência para disseminar todo o conteúdo aprendido em seus territórios.
As jovens mais engajadas na etapa anterior e, após um processo seletivo interno, receberão mentorias no mesmo período de julho a outubro com profissionais com expertise para contribuir para o desenvolvimento educacional e profissional das adolescentes. “A ideia é fazer pontes com outras realidades para as meninas para que elas percebam que podem ocupar espaços sociais que são seus por direito. Serão desenvolvidas e aprimoradas aptidões e habilidades de planejamento, autoconhecimento e liderança”, afirma Ana.
Veja alguns depoimentos de participantes de edições anteriores:
“Depois de tudo que aconteceu hoje, senti a necessidade de agradecer ao projeto por tudo que me foi proporcionado. Por todas as lições aprendidas e principalmente às meninas de Paraisópolis, que me mostraram que não estamos sozinhas, que favela é sim um lugar político, principalmente para nós, e que devemos ocupar lugares de poder, pois se não somos nós pra dizer o que precisamos, quem dirá?”
Adolescente sobre o projeto
“Eu ocupei a The Body Shop e a ALESP e no final de todas eu fiquei com o coração quentinho de satisfação. Foi muito bom saber que existem mulheres lutando para que haja igualdade entre os gêneros, e me fez ficar com muita vontade de entrar na política. Uma lição que fica para mim é que se não há alguém te representando lá em cima, seja essa pessoa. A meta agora é investir em ações na minha comunidade e mostrar para as meninas (e meninos também!) que devemos nos mobilizar para garantir nossos direitos que (muitos não sabem) estão sendo violados.”
Adolescente sobre o projeto