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Crianças estão morrendo de fome em Gaza. Estamos pedindo um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente e um aumento expressivo na assistência humanitária. 

Funcionários da Plan Egito estão preparando ajuda humanitária para Gaza. Créditos: Plan International / Omar Jihad.

À medida que o risco de mortes evitáveis de civis por conta da fome aumenta a cada dia em Gaza, em meio a relatos de muitas crianças entre as vítimas, a Plan International pede um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente e um aumento massivo no acesso à ajuda humanitária e a suprimentos. 

A fome de civis é ilegal sob o Direito Humanitário Internacional 

Segundo a ONU, até o dia 7 de março pelo menos 20 crianças morreram de fome em Gaza. No norte da região, um em cada seis bebês com menos de dois anos está gravemente desnutrido. As restrições de Israel e as táticas de cerco, bem como os ataques militares israelenses contra ajuda humanitária, hospitais e ajuda médica, estão impedindo a entrega segura e sem restrições da ajuda, e a situação exige uma ação global imediata e coordenada para evitar mais mortes devido à falta de alimentos. A fome da população civil é ilegal sob o Direito Humanitário Internacional. 

Crianças e famílias dependem da ajuda para sobreviver 

Parentes que residem em Gaza relataram à Plan International que seus familiares em Gaza dependem da ajuda humanitária para sobreviver. Nas palavras de um residente palestino do campo de refugiados de Jerash, na Jordânia: “Eles estão sobrevivendo principalmente com pão, mas na maioria das vezes o pão está mofado e eles têm que comer em volta. A comida que comem vem da ajuda humanitária, mas nunca é suficiente”. Outros estão bebendo água da chuva e mulheres estão cedendo o pouco de comida que têm para seus filhos e filhas. 

Todas as crianças menores de cinco anos estão em risco de desnutrição grave 

Desde que a ONU emitiu um alerta contundente em dezembro de 2023 de que todas as 335.000 crianças menores de cinco anos em Gaza estão em risco de desnutrição grave e com alto risco de morrer de fome, a situação piorou drasticamente. Restrições na ajuda humanitária vital estão contribuindo diretamente para essa situação, como evidenciado na observação recente da ONU de que “as taxas de desnutrição para crianças menores de cinco anos no norte de Gaza, onde o acesso à ajuda foi limitado, eram três vezes mais altas do que as do sul”. 

Para enfrentar esta catástrofe inteiramente evitável criada pela ação humana, é imperativo estabelecer canais seguros e transparentes para a entrega de ajuda que salva vidas por todos os pontos de entrada no solo, enquanto se exploram todas as outras opções para garantir que comida, assistência médica e suprimentos de água e saneamento cheguem a quem precisa. Os bloqueios e as negações arbitrárias de ajuda devem cessar imediatamente. Além disso, há uma necessidade urgente de uma estratégia abrangente para recuperar a agricultura local e a produção de alimentos. 

O acesso à ajuda humanitária é essencial 

Os lançamentos aéreos e as entregas marítimas são úteis. No entanto, o transporte terrestre continua sendo a maneira mais eficaz de obter o volume de ajuda urgente e necessária para quem precisa. Continuamos a pedir um aumento rápido da ajuda entregue por rotas terrestres e por meio de todas as opções para garantir o acesso seguro e sem impedimentos para as equipes de ajuda humanitária e para que civis recebam a ajuda. Permitir o acesso à ajuda humanitária à população civil é uma obrigação sob o Direito Humanitário Internacional. Também reiteramos nosso apelo para que outros países parem o envio do armamento enquanto houver risco de que sejam usadas para cometer ou facilitar violações graves do Direito Humanitário Internacional. 

Para as crianças em Gaza, o tempo está se esgotando rapidamente. Pelo menos 12.800 crianças palestinas já foram mortas em cinco meses, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Uma ação urgente é necessária agora para evitar mais tragédias e prevenir ainda mais perdas de vidas. Também pedimos a libertação de reféns civis e crianças palestinas presas.