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Estudo aponta que investir na educação das meninas traz benefícios econômicos para os países

Estudo feito pela Plan International e pelo banco Citi concluiu que países que garantirem o acesso de todas as meninas ao ensino secundário até 2030 podem aumentar seu PIB em 10%

Ao redor do mundo, e principalmente nos países em desenvolvimento, as meninas ainda enfrentam muitos obstáculos para o seu desenvolvimento pessoal. Casamento infantil, gravidez precoce, abandono da escola e violência de gênero são algumas dessas barreiras. O novo estudo Investimento Holístico em Meninas – Melhorando Vidas, Percebendo Potencial e Beneficiando a Todos feito pela Plan International e pelo Citi Global Perspectives & Solutions, órgão do banco Citi, concluiu que investir nas meninas adolescentes resulta não apenas no crescimento individual delas, mas também na melhora da economia de todo o país.

Segundo a pesquisa, países que implementarem intervenções que garantam que 100% de suas meninas completem o ensino secundário até 2030 podem observar um aumento de até 10% em seu Produto Interno Bruto (PIB). O estudo concluiu que esse investimento deve ser integral, abrangendo áreas como saúde, educação, bem-estar, combate à desigualdade e violência e empoderamento econômico.  A pesquisa tem um olhar especial até 2030 por causa do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – em especial o de número 5, que tem metas para igualdade de gênero.

“O investimento no desenvolvimento global das meninas leva a impactos profundos em suas famílias e comunidades, como podemos observar nas regiões beneficiadas pelos projetos da Plan International no Brasil”, afirma Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil. “Governos, organizações não-governamentais e sociedade civil devem se comprometer com a luta por direitos e oportunidades iguais para meninas.

As conclusões do estudo resultam de uma análise dos custos e benefícios de uma potencial intervenção em oito países de baixa e média renda. O custo médio dessa intervenção seria de apenas US$ 1,53 por dia por menina. O enorme retorno previsto para o PIB é atribuído ao aumento da empregabilidade e do rendimento das meninas, mas os autores do estudo afirmam que o impacto do investimento pode ir muito além.

A melhoria da educação e da saúde das meninas pode, por exemplo, levar a uma diminuição da mortalidade infantil e das taxas de gravidez na adolescência, que causam evasão escolar e morte prematura de meninas no parto. Tudo isso contribui também para uma redução de gastos com saúde e resulta em crianças mais saudáveis e com melhor acesso à educação, perpetuando os benefícios às próximas gerações.

A urgência de um investimento com foco nas meninas se torna evidente diante de alguns números reunidos pelos pesquisadores. Ao redor do mundo, 132 milhões de meninas estão fora da escola, incluindo 100 milhões em idade para cursar o ensino secundário, segundo a Unesco. Ainda segundo a organização, 11 milhões de meninas que estavam na escola podem não retornar aos estudos após a pandemia de Covid-19. Uma a cada cinco meninas se casam antes dos 18 anos, segundo o Unicef. Além disso, 29% das meninas de 15 a 19 anos sofrem violência íntima de seus parceiros, segundo a ONU.

“Os planos de recuperação da Covid-19 que priorizarem o investimento na educação e bem-estar das meninas vão ajudar as comunidades e economias a se reconstruírem mais fortes”, diz Anne-Birgitte Albrectsen, CEO da Plan International.

O estudo afirma que investir nas meninas deve ser uma prioridade não apenas porque é a coisa certa a se fazer, mas porque se trata de um investimento com um enorme potencial de retorno em todos os setores da sociedade. “O valor especial da colaboração entre o Citi e a Plan International se dá por meio da integração dos aspectos econômicos e sociais, e a apresentação de uma proposta sólida e múltipla de investimento”, diz Andrew Pitt, chefe global de pesquisas do banco Citi.