19 de abril de 2024 - Tempo de leitura: 3 minutos
O projeto Escola de Lideranças para Meninas trabalha o empoderamento de jovens meninas com idade entre 13 e 19 anos. Elas aprendem sobre higiene menstrual, direitos sexuais e reprodutivos e são incentivadas a multiplicar os conhecimentos em suas comunidades.
O Plano de Iara Stefany:
1. Alcançar a igualdade de gênero e ter seus direitos garantidos como menina
2. Acabar com o tabu sobre o ciclo menstrual em sua comunidade
3. Multiplicar os aprendizados e as informações para que mais meninas se tornem independentes
“É importante que as meninas tenham informações sobre o ciclo menstrual para entenderem melhor seus corpos e a saúde reprodutiva. Isso pode ajudá-las a tomar decisões informadas sobre sua saúde e o bem-estar geral. Ao fornecer acesso a essas informações, podemos contribuir para a igualdade de gênero e quebrar tabus e a discriminação em torno da menstruação”, diz a jovem de 17 anos, que mora em Teresina, no Piauí.
Iara Stefany é uma estudante da rede pública e se destacou durante os encontros do projeto Escola de Liderança para Meninas ao lembrar que a menstruação e a saúde reprodutiva são coisas naturais e merecem atenção para que as meninas tenham uma vida mais saudável. Durante uma das oficinas de criação do bracelete menstrual, onde as meninas aprendem sobre a dinâmica do ciclo menstrual, Iara foi a única a dizer que não tinha vergonha de falar sobre o tema.
A jovem assumiu a postura de liderança em meio a turma cheia ao se levantar e dizer que é apoiada pela família. “Sou bastante aberta com a minha família. Sempre que tenho alguma dúvida a respeito da menstruação, consulto minha mãe e não teria nenhum problema de perguntar a outra mulher da família”, conta Iara.
A importância de ser ouvida
As atividades da Escola de Liderança para Meninas têm foco na igualdade de gênero e permitem que as participantes se tornem líderes e impulsionadoras da mudança nos contextos sociais em que vivem. Quando questionada sobre as mudanças depois de sua passagem pelo projeto, Iara afirma que tudo mudou.
“Mudou muita coisa, eu me sinto mais confiante. Agora, falo sem medo e estou sempre em busca de fazer com que minha voz seja ouvida”, afirma.
Em 2023, a Plan International divulgou um recorte da pesquisa Real Choices, Real Lives com foco em saúde sexual e reprodutiva. As meninas afirmaram que não podem falar abertamente sobre a educação sexual ou são orientadas por normas sociais rígidas e conservadoras em muitos países. Para Iara, a informação e a autonomia são fundamentais.
“Eu acredito que desde cedo nós meninas podemos controlar nossa vida.” Ela comenta ainda como a responsabilidade sobre a gravidez precoce recai sobre as meninas. “A comunidade culpabiliza bastante as garotas, principalmente se elas engravidam cedo, na adolescência. Muitas meninas não conhecem os métodos contraceptivos. Às vezes, isso é até omitido delas, uma coisa que eu acredito que as meninas devam ter conhecimento desde cedo”.
Como a Plan International ajudou
Ensinar sobre a higiene menstrual é uma questão de saúde. É por isso que o projeto Escola de Liderança Para Meninas atua em comunidades no Maranhão, no Piauí e na Bahia, possibilitando que as meninas tenham conhecimento, autonomia, além de se tornarem líderes e multiplicadoras nas suas comunidades. No ano de 2023, cerca de 57 mil meninas e meninos foram sensibilizados sobre os temas de igualdade de gênero e direitos das meninas por meio do projeto.
No Brasil, por hora nascem 44 bebês filhos de mães adolescentes, sendo que desses 44, dois são de meninas com idades entre 10 e 14 anos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). A Plan International acredita que por meio de projetos como o Escola de Liderança para Meninas as meninas são preparadas para se planejarem e fazerem as próprias escolhas. Um mundo melhor para as meninas é um mundo melhor para todas as pessoas.