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A atuação da Plan no E do ESG: justiça climática além da Amazônia

Tempo de leitura: 3 minutos

5 de setembro de 2024 - Tempo de leitura: 3 minutos

Alguns exemplos do que é possível realizar no trabalho com crianças e adolescentes para a educação sobre o clima

Por Júlia Gouveia*

5 de setembro é o Dia da Amazônia, uma celebração a um dos maiores patrimônios naturais do planeta, que com toda sua biodiversidade, é essencial na regulação do clima global. Mas a Amazônia vem enfrentando uma degradação desordenada, com perdas imensuráveis de vegetação e espécies animais. Além disso, mudanças na Amazônia têm consequências para quem está bem longe desse bioma, acentuando os desafios relacionados à preservação da biodiversidade e à qualidade de vida das comunidades.

Emergências climáticas recentes nos mostraram como os efeitos das mudanças no clima afetam mais as pessoas que contribuem menos para o problema. Crianças e adolescentes são as que mais sofrem e as que continuarão sendo as mais impactadas pelo aquecimento global, principalmente meninas e jovens mulheres. Esses impactos já têm tomado a atenção e os esforços da Plan International Brasil.

Para a Plan Brasil, tem ficado cada vez mais evidente como a emergência climática se estende para além da Amazônia. Além do bioma amazônico, estamos presentes em localidades no cerrado, na caatinga e na Mata Atlântica, áreas que também sofrem com o desmatamento, a degradação e outros desafios climáticos e socioeconômicos. Neste ano, a Plan publicou o Estudo de Contexto – Mudanças Climáticas e Insegurança Alimentar no Triângulo dos Cocais Maranhenses, analisando os riscos e impactos causados pelas mudanças climáticas e as consequências para a segurança alimentar de comunidades dos municípios de Codó, Peritoró e Timbiras, no Maranhão.

A crise climática aprofunda a injustiça social, econômica, intergeracional, de gênero e racial. Nesse contexto, é preciso destacar a justiça climática, uma abordagem que conecta os impactos das mudanças climáticas às questões de direitos humanos e justiça social. Outro princípio em discussão é o da equidade intergeracional: as gerações presentes têm a responsabilidade de preservar o meio ambiente para as gerações futuras.

Tendo em mente que as mudanças climáticas fazem parte do nosso dia a dia, é fundamental enfrentarmos essa crise com uma definição clara das responsabilidades de cada setor envolvido – o poder público, a sociedade civil e as empresas –, tanto para combater os efeitos mais devastadores quanto para atuar de forma preventiva para o futuro. Mais do que nunca, a responsabilidade corporativa precisa ser efetivamente aplicada para mitigar danos ambientais e sociais e restaurar as capacidades sociais e do ecossistema.

O enfrentamento às emergências climáticas faz parte do pilar ambiental do ESG, demandando a adoção de mecanismos de responsabilização que considerem tanto o desempenho ambiental quanto o impacto sobre os segmentos mais vulneráveis da população. A Plan atua em comunidades rurais e urbanas, incluindo quilombolas, no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo e realiza projetos como Água, Saúde e Vida, Comunidades pelo Clima e Programa Adolescente Saudável, que trabalham a temática das mudanças climáticas em ações programáticas, em uma ponte entre os pilares ambiental e social do ESG.

Entre as atividades, a educação climática é promovida com o objetivo de capacitar as comunidades a desenvolverem habilidades essenciais para enfrentar os desafios impostos pela crise no clima. Há também um forte incentivo à adoção de práticas que protegem o meio ambiente e melhoram a qualidade de vida, como o manejo sustentável da terra, o gerenciamento eficaz de resíduos e a reconexão com a natureza.

Uma das formas de atuação inclui a sensibilização de crianças e jovens, que incentiva a nova geração não só a compreender melhor a situação, mas também a multiplicar os conhecimentos entre pessoas jovens como elas ou mais velhas. Como resultado, temos indivíduos empoderados e motivados a serem líderes da transformação em suas comunidades.

Ao fortalecer as capacidades de meninas, mulheres, jovens e outros grupos marginalizados para a resiliência e adaptação às mudanças climáticas, nos comprometemos na Plan com estratégias destinadas a prevenir, interromper e reverter a degradação dos ecossistemas. Assim, asseguramos o direito humano a um ambiente limpo, saudável, seguro e sustentável.