Tempo de leitura: 3 minutos
11 de outubro de 2022 - Tempo de leitura: 3 minutos
Plan International
Alemanha, Brasil, El Salvador, Equador, Espanha, Filipinas, Guiné, Jordânia, Líbano, Malauí, Peru, Reino Unido, República Dominicana, Sudão do Sul, Tanzânia, Togo, Uganda, Vietnã
O objetivo geral da pesquisa é explorar e compreender as atitudes de meninas e jovens mulheres em relação a experiências de participação política e cívica e instituições por meio de muitas origens diferentes, olhando tanto para o que elas diferem quanto para o que elas têm em comum.
As meninas não são um grupo homogêneo, suas experiências, opiniões e trajetórias são moldadas por uma multiplicidade de fatores como local de origem, etnia, raça, religião, identidade de gênero e orientação sexual. Essa diversidade se estende também às suas atitudes diante da política e da participação cívica.
Entre as principais perguntas que guiam o estudo estão: como essas jovens definem política? Quais questões priorizam? Como percebem seus representantes e o sistema político? Quais são os incentivos e os obstáculos à sua participação? E, fundamentalmente, que estratégias e apoios são necessários para garantir que suas vozes sejam ouvidas?
O que significa política para elas
Para muitas meninas, a palavra “política” ainda remete a temas formais do Estado, como aponta Minerva, de 23 anos, do Togo: “Quando escuto o termo ‘política’, digo, política no sentido de assuntos de Estado… uma forma de administrar os assuntos do Estado”. No entanto, quando analisamos suas ações e interesses, fica claro que seu envolvimento político vai além dessa definição tradicional. Elas participam ativamente de questões comunitárias, lutam por melhorias no ambiente onde vivem e demonstram preocupação com temas como meio ambiente, pobreza e educação.
Alice, de 16 anos, do Benin, relata com sensibilidade: “As pessoas não têm dinheiro para comprar milho para comer. As meninas que moram ao meu lado só comem uma vez por dia e têm que pedir comida a outras pessoas”. Esse tipo de realidade gera engajamento e consciência política desde cedo, mesmo quando não é reconhecida como tal.
Oportunidades, por igualdade de gênero na política
Apesar do crescente interesse, muitas meninas ainda enfrentam resistência para se expressar e percebem diversos obstáculos para alcançar uma representatividade política real e efetiva.
Amanda, de 15 anos, do Brasil, diz: “… eles pensam que somos muito jovens para falar sobre isso, que não sabemos nada… porque é uma menina falando, e eles vão pensar que não é uma prioridade”. Esse tipo de desvalorização limita a participação de meninas e jovens mulheres em debates importantes para suas vidas.
A pesquisa revela, no entanto, que essas jovens têm grande potencial de engajamento político — desde que tenham acesso a espaços seguros, informação adequada e apoio para expressar suas opiniões. Quando empoderadas, elas se tornam agentes transformadoras em suas comunidades e além.
Por que escutar é essencial
Dar voz às meninas e levar suas experiências em consideração na tomada de decisões não é apenas uma questão de justiça — é um direito. Isso também é vital para criar políticas públicas mais eficazes e equitativas. Incluir meninas nos processos políticos é um passo fundamental rumo à promoção da igualdade de gênero na política e ao fortalecimento da democracia.
Em resumo, o que as meninas estão dizendo é claro: elas querem ser ouvidas, querem participar, e estão prontas para contribuir. Cabe à sociedade garantir que essas oportunidades existam e floresçam.
Para saber a opinião de meninas de diversas partes do mundo sobre representatividade na política, baixe os pdfs: