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ESTUDAR É UM DIREITO DAS MENINAS QUE NÃO PODE SER PREJUDICADO

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ESTUDAR É UM DIREITO DAS MENINAS QUE NÃO PODE SER PREJUDICADO

O direito ao estudo é um direito garantido para todas as crianças. No entanto, como muitas meninas acabam ficando responsáveis pelas atividades domésticas, elas acabam tendo os seus estudos prejudicados.

No mundo inteiro, muitas crianças e adolescentes executam trabalhos domésticos. Na maioria dos casos, segundo o DIEESE, são meninas pobres, oriundas do interior dos estados ou de bairros populares das periferias da cidades. Devido à histórica e presente socialização dos gêneros, cabe às meninas o cuidado com a casa e com os irmãos menores, enquanto os responsáveis trabalham fora e os meninos fazem “coisas de meninos”.

Isso tende a passar despercebido uma vez que não se enxerga o trabalho doméstico como trabalho, mas sim como “natureza da mulher”.

Um levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ilustra bem a realidade:

·         15,5 milhões de crianças em todo o mundo estão envolvidas em trabalho doméstico;

·         A grande maioria das crianças trabalhadoras domésticas são meninas (72%);

·         47% das crianças trabalhadoras domésticas têm menos de 14 anos.

Em Timbiras (MA), Geovana luta dentro de casa para mudar essas estatísticas. A adolescente tem dois irmãos mais novos e se via obrigada pela mãe e pelo padrasto a realizar os afazeres domésticos para depois fazer as atividades da escola, enquanto as “obrigações” dos irmãos eram as atividades escolares e logo poderiam brincar livremente.

“Quando minha mãe vai trabalhar, eu sou a dona de casa, porque sou menina, enquanto meus irmãos estão na rua empinando pipa, jogando bola, porque é coisa de homem. Já perguntei ao meu padrasto ”Por que não posso estudar?” Ele disse que, depois que fizer as coisas de casa, eu posso. Eu disse que não, que aprendi na escola que temos que estudar no tempo livre que temos, o estudo vem antes”, afirma a jovem.

Desde a participação no projeto da Plan International Brasil, Escola de Liderança para Menina, Geovana passou a cobrar dos responsáveis “direitos e obrigações” iguais entre os três. Com um discurso firme e convincente, já conseguiu mudar o pensamento da mãe. Ela agora segue na batalha para transformar o entendimento do padrasto e da comunidade na qual vive, ajudando outras meninas a perceberem e acreditarem em seu potencial.