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O que significa ser uma menina negra no Brasil? Quatro adolescentes de nossos projetos respondem

No Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, Auricélia, Bianca, Daniele e Glenda contam como é viver em uma sociedade marcada pelo racismo estrutural

Em 25 de julho são celebrados o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. Em um ano marcado pela pandemia de COVID-19 e também por um dos maiores levantes sociais antirracistas da história, motivado pelo assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, a data se mostra especialmente importante. “Nesse período, levaram de nós Miguel, João Pedro, Guilherme, Miguel, e depois de 30 segundos de comoção, o país volta ao consumo de reality shows. E as mulheres negras seguem chorando seus filhos, netos, sobrinhos perdidos… E quem chora com cada uma dessas mulheres?”, questiona Viviana Santiago, gerente de gênero da Plan International Brasil. “No ano da pandemia, no ano de George Floyd, o mundo que redescobre o racismo não se importa com a violência racista, classista, patriarcal que extermina as mulheres negras. Passa insensível por sua dor”, diz.

Conheça meninas e mulheres negras que fizeram história

Quatro meninas de nossos projetos compartilharam suas opiniões e responderam também sobre a importância de existir um dia dedicado à mulher negra. Confira:

Auricélia, 17 anos, Teresina (PI)
“Ser negra é ser resiliente e lutar todos os dias contra todos os obstáculos constantemente impostos a essas meninas. Para que reconheçamos toda a luta que há por trás da história que todos conhecem. Ainda que seja somente um dia, temos que absorver todo o conhecimento que pudermos, colocar isso em prática todos os dias e unir nossas forças.”

Bianca, 15 anos, Salvador (BA)
“É assumir sua origem. Ser mulher e negra é a minha essência e não minha sentença. É dizer que temos espaço e significado na sociedade SIM.”

Daniele, 20 anos, São Paulo (SP)
“Ser menina negra para mim significa muitas coisas. Posso sentir aquilo que os meus ancestrais sentiram. Vejo que ser menina negra é um privilégio, pois estamos em uma sociedade machista e preconceituosa e quanto mais meninas negras lutarem pelos seus direitos, mais vamos acabar com preconceito no Brasil. Ter um dia para as mulheres negras é muito importante no país. Assim mostramos que nós mulheres negras somos iguais a outras pessoas. Não importa a cor, a religião e a classe social. Mostramos que ser negra não é feia e sim um estilo.”

Glenda, 15 anos, Codó (MA)
“Ser uma menina negra é assumir suas raízes, ter orgulho de si mesma. É ter coragem e ser forte dentro dessa sociedade patriarcal. A mulher negra é guerreira, em relação a viver nessa sociedade preconceituosa, onde te tratam de acordo com a sua cor. Esta data é especial porque lembra a importância da mulher negra, a luta que vem de geração em geração. As mulheres precisam ser lembradas não só uma vez ao ano, mas a cada dia, por serem elas mesmas!”