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Plan International Brasil e UNICEF iniciam parceria para empoderamento de meninas em São Paulo

A iniciativa Minhas Escolhas vai selecionar 80 meninas de 15 a 19 anos que atuarão como multiplicadoras em seus territórios. Confira aqui o link e inscreva-se até o dia 23 de agosto!

A Plan International Brasil e o UNICEF acabam de lançar uma iniciativa para contribuir com o empoderamento de meninas em São Paulo. Denominada Minhas Escolhas, a iniciativa reunirá  80 meninas de 15 a 19 anos, moradoras de bairros periféricos de São Paulo, para aprimorar conhecimentos sobre seus direitos, discutir sobre gravidez na adolescência e prevenção da violência on-line. A ideia é que essas adolescentes sejam líderes multiplicadoras que disseminem os conhecimentos adquiridos para pelo menos 800 adolescentes, entre meninas e meninos.

“Debater esses temas é fundamental para que meninas se empoderem e desfrutem plenamente de seus direitos, vivam bem e sejam respeitadas.  Os conteúdos também serão compartilhados com o poder público, para que possam ser utilizados ou sirvam de inspiração para programas municipais pelos direitos das meninas e mulheres”, afirma Adriana Alvarenga, coordenadora do UNICEF em São Paulo.

São vários os desafios que afetam o desenvolvimento pleno das adolescentes nos centros urbanos. Um exemplo é a gravidez na adolescência. No Brasil, 53 a cada 1 mil meninas se tornam mães enquanto estão na faixa entre 15 e 19 anos. A estatística, divulgada recentemente pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no relatório sobre a Situação da População Mundial 2020, coloca o País bem acima da média mundial, que é de 41 a cada 1 mil meninas. Na cidade de São Paulo, a desigualdade dentro da cidade chama atenção: a chance de um bebê nascer com uma mãe adolescente é 47 vezes maior em Parelheiros do que em Moema, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de 2018.

“Falar de gravidez é pensar na vida de meninas e meninos, nas informações que recebem sobre seus corpos. É refletir que há palavras pouco faladas, proibidas. Sexualidade é uma delas. Adultos que tiveram desafios para viver sua sexualidade seguem com essa dificuldade. Quando isso não é elaborado, se manifesta em tabu ao pensar a sexualidade dos jovens”, diz Viviana Santiago, gerente de gênero e incidência política da Plan International Brasil.

Além disso, em 2018, quase 1.500 meninas foram vítimas de violência sexual na cidade de São Paulo – e isso leva em conta apenas os casos que foram denunciados. Mais de 2/3 de todas as vítimas de casos registrados de violência sexual na cidade tinham até 18 anos, segundo dados da Secretária de Segurança Pública do estado.

Diante dos intensos desafios cotidianos, a iniciativa se propõe a sensibilizar as próprias adolescentes e jovens sobre seus direitos por meio de uma trilha formativa de empoderamento feminino. Dentre os temas que serão abordados estão: ser assertiva, ter consciência de gênero, ter autoconfiança corporal, estar informada sobre saúde sexual e reprodutiva, desfrutar de direitos sexuais e reprodutivos com responsabilidade, viver livre da violência baseada em gênero, ser economicamente empoderada, e dialogar sobre gênero com meninos.

Essa trilha formativa visa reforçar os conhecimentos e as habilidades que as meninas já têm e possibilitar novos aprendizados. Assim elas poderão multiplicar esses conhecimentos para outras meninas e meninos de seus territórios.

Minhas Escolhas
Considerando a desigualdade no acesso a informações, a iniciativa Minhas Escolhas vai priorizar a seleção de meninas que vivem em bairros periféricos. As 80 selecionadas receberão três tipos de materiais: uma revista formativa sobre os temas abordados na iniciativa, um jogo de cartas que elas podem jogar sozinhas ou com outra pessoa e um brinde que vai ajudá-las a compartilhar os conhecimentos aprendidos nas redes sociais.

A partir de setembro, elas participarão de encontros on-line com as educadoras da iniciativa, terão a oportunidade de conhecer e interagir com as outras líderes multiplicadoras e planejar juntas processos que podem conduzir para engajar outras jovens. Os conteúdos da iniciativa também serão compartilhados com os parceiros governamentais do UNICEF e da Plan, para que possam ser usados para o aprimoramento de políticas públicas pelos direitos das meninas e mulheres.

A fase de inscrições para a iniciativa está aberta até 23 de agosto.