4 de abril de 2024 - Tempo de leitura: 3 minutos
A jovem do Piauí superou todas as adversidades e decidiu impactar a vida de outras meninas de sua comunidade na zona rural
1. Não desistir e ser resiliente em meio às mudanças
2. Entender seus direitos para se empoderar e lutar por eles
3. Compartilhar o conhecimento para multiplicá-lo
Raylânna é uma jovem de 20 anos, portadora de deficiência física e moradora da zona rural de Teresina, no estado do Piauí. Ela transmite confiança enquanto conta como sua vida se transformou depois de se descobrir uma mulher ativista na sociedade, que poderia usar sua voz como ferramenta de superação e de informação para a vida de outras meninas.
A jovem relata que passou a fazer parte do projeto Escola de Liderança para Meninas em um momento difícil, após um acidente de moto: “A Plan entrou na minha vida assim que eu tinha feito a amputação da perna devido ao acidente. Nesse período, eu estava sem estudar, pois não tinha como ir à escola, ficava em casa. Foi quando as funcionárias da Plan passaram na minha rua explicando sobre o projeto que empodera meninas, para que conheçam seus direitos e seus corpos e participem ativamente como cidadãs”.
Para Raylânna, a vida mudou depois de participar da Escola de Liderança para Meninas. “Foi um momento de muito autoconhecimento. Antes da Plan, eu não sabia como me impor nem tinha conhecimento dos direitos que tenho como menina. Agora, sei que mesmo sendo menina e tendo deficiência eu tenho uma voz e ela pode ser ouvida.”
Uma das experiências mais marcantes foi sua participação no movimento Meninas Ocupam, em outubro de 2021. Na ocasião, Raylânna assumiu por um dia o cargo de diretora da Fundação Municipal de Saúde de Teresina. Após sofrer o acidente e começar a usar uma prótese, seu interesse pela área médica aumentou. “Participar dessa ocupação, representando meninas e mulheres do mundo inteiro, principalmente as com deficiência, foi um orgulho imenso. Significa dizer que consigo”, afirma.
Raylânna faz curso técnico de Informática e sonha em fazer faculdade. Sempre compartilha com as amigas tudo que aprendeu. “Hoje sei como é ter voz, decidir realmente o que eu quero, pensar em mim, respeitar meu corpo e me amar do jeito que sou”, destaca.
O Fórum Econômico Mundial estima que ainda faltam 131 anos para alcançar a igualdade de gênero. Ações de multiplicação como a de Raylânna contribuem para acelerar o relógio e alcançar a paridade.
Quando perguntada sobre o que diria para uma menina mais nova para que ela tenha ciência sobre seus direitos, Raylânna é enfática: “participe de um projeto da Plan, pois por meio da organização você terá acesso a saber sobre os seus direitos, conhecimento para saber se impor, além da oportunidade de se tornar uma menina mais forte, ativa, decidida. Sou menina e mulher e posso lutar pelos meus direitos e pela igualdade de gênero”, diz.
A Plan International acredita que meninas cheias de sonhos, força de vontade e que recebem oportunidades são capazes de fazer a diferença, compartilhando com outras jovens, irmãs, amigas seus aprendizados e impulsionando cada vez mais a mudança. Meninas estimuladas a serem líderes são capazes de transformar a sociedade. Um mundo melhor para as meninas é um mundo melhor para todas as pessoas.