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EmpoderaELAS estimula empreendedorismo e geração de renda para fortalecer o protagonismo de jovens mulheres

Tempo de leitura: 3 minutos

24 de novembro de 2021 - Tempo de leitura: 3 minutos

Participantes de 18 a 29 anos atendidas pelo projeto participarão de seminário e feira de negócios no dia 25 de novembro.

Com o objetivo de fortalecer o protagonismo de mulheres, o projeto EmpoderaELAS, da Plan International Brasil, tem trabalhado para fomentar iniciativas empreendedoras em um grupo de 120 jovens mulheres de 18 a 29 anos. A ideia é fortalecê-las para pôr em prática suas ideias de geração de renda para que possam sair de situações de vulnerabilidade econômica e social.

O projeto teve início em março em São Luís, no Maranhão, onde foram recrutadas 45 jovens da zona rural da Grande Ilha e da Região dos Cocais. Em julho, foram selecionadas outras 45 jovens em Codó e 30 em Teresina, no Piauí. Todas as participantes estão diretamente ligadas a crianças e adolescentes já cadastradas em diferentes programas da Plan.

“Atender essas jovens mulheres, que na maioria são mães de crianças dos nossos projetos, é pensar também no cuidado dessas crianças”, afirma Joceline Silva, facilitadora de projetos da Plan em São Luís. Ela observa que o EmpoderaELAS vem em um momento em que a crise econômica gerada pela pandemia tem intensificado as desigualdades sociais no Brasil. “Empoderando e dando subsídio para encaminhar essas mulheres para uma autonomia financeira, também estamos cuidando das crianças que fazem parte dos nossos projetos.”

Com previsão de duração de um ano e três meses, o EmpoderaELAS oferece às participantes formação em habilidades para a vida, capacitação profissional em empreendedorismo, mentoria, além de suporte na criação dos empreendimentos. “Primeiro, fortalecemos a capacidade das jovens discutindo questões de autonomia, identidade, gênero, raça e etnia”, diz Gezyka da Silveira, coordenadora nacional de programas da Plan. “Tem todo esse preparo para que elas possam se reconhecer enquanto protagonistas. E depois entramos na parte mais técnica que são as habilidades de empreendedorismo e gestão de negócios. Desta forma, o programa fica mais forte e consolidado.”

Gezyka observa que o currículo não é engessado e tem passado por constantes transformações e melhorias. A princípio, por exemplo, ele não previa um recorte específico de gênero e raça. Mas, percebendo a importância de abordar esses assuntos, eles foram incluídos. Raíla Alves, gerente de empoderamento econômico e de gênero, afirma que esses são temas que a Plan tem incorporado cada vez mais em suas atividades.

“Acho que foi algo bem natural essa adaptação porque a gente se deparou com um público essencialmente de mulheres negras e que, não coincidentemente, estão nesse grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade, sejam expostas ao agravamento da crise econômica no país, sejam expostas a múltiplas violências e opressões estruturais”, afirma Raíla. Ela acrescenta que não tem como pensar em um currículo de projeto para essa população sem entender que a questão racial é central na vida da mulher negra.

Outro componente do EmpoderaELAS é um programa de mentoria. Atualmente, a Plan está no processo de fechar uma parceria com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) para que profissionais da EMAP sejam mentoras das jovens empreendedoras.

Evento

No mês em que se comemora o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, as jovens do projeto EmpoderaELAS, ao lado das meninas do projeto Geração, participarão do seminário Elas por Elas: I Encontro de Empreendedorismo e Empoderamento Econômico, que acontece no dia 25 a partir das 14 horas no auditório de uma universidade em São Luís. O evento, que também será transmitido pelo YouTube da Plan International Brasil, terá uma palestra magna de Ana Fontes, empreendedora social da Rede Mulher Empreendedora e referência nacional em empreendedorismo.

Também faz parte da programação uma feirinha em que algumas participantes do EmpoderaELAS que já escolheram seus empreendimentos levarão uma amostra de seu trabalho. Entre os negócios que já estão surgindo dentro do programa estão confecção de biquínis, hortas criativas, produção de alimentação saudável, entre outros. Ao menos sete participantes vão expor produtos físicos no evento.

“Me sinto maravilhosamente bem, o projeto é ótimo. Ensina a gente a se expressar, a se desenvolver de maneira melhor. Eu espero ao final ter aprendido a me expressar, ter mais conhecimento, um produto para vender e ter uma vida melhor, sabe?” Gelcilene, comunidade de São Benedito.

Recentemente, as jovens que participarão da feirinha tiveram uma oficina com o Sebrae para tirarem suas dúvidas sobre empreendedorismo. “Elas têm conseguido ampliar a visão de negócio, pensar localmente dentro das comunidades”, afirma Joceline. Além do Sebrae, o evento também tem parceria com a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Energia do Maranhão (Seinc).

“A ideia é que este seja o primeiro de uma série de eventos, que se destaque no estado do Maranhão como um grande evento em alusão ao dia do empreendedorismo feminino”, diz Gezyka. Ela acrescenta que o encontro deve servir como uma vitrine do potencial empreendedor das jovens e meninas participantes dos programas da Plan.