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Confira o documentário sobre nossos cursos de Confeitaria e Empreendedorismo

Tempo de leitura: 3 minutos

Cursos de Confeitaria e Empreendedorismo

Cursos do projeto Famílias Que Cuidam dão noções práticas de produção de doces e estimulam a abertura de negócios. Ao longo do Projeto aconteceram nove cursos que contaram com a participação de 182 mulheres, ao total.

Mousses, brigadeiros de colher, “coxinhas de morango”, pães de mel, bolos dos mais variados tipos. Essa lista de delícias está nos cinco módulos que compõem o Curso de Confeitaria e Empreendedorismo do Projeto Famílias Que Cuidam, uma iniciativa apoiada pela NIVEA e executada pela Plan International Brasil. São 15 horas de curso no total, ministradas por uma consultoria especializada. De forma prática e bem mão na massa, literalmente, as participantes aprendem técnicas de preparo de produtos e orientações sobre cálculos de produção e formação de preços, para que possam vender e aumentar a renda familiar.

“Temos um feedback muito positivo das participantes, tanto no sentido da aprendizagem da confeitaria e das receitas quanto na questão da convivência e do acolhimento nos espaços”, afirma Anelise Timm, coordenadora do Projeto Famílias Que Cuidam. Os cursos já tiveram duas turmas em 2017, uma em 2018 e seis em 2019. Cada turma tem entre 20 e 30 pessoas.

A ideia com os cursos é levar conhecimento sobre a produção e venda de doces, um dos meios mais comuns de complementação de renda no país. Por isso, é importante mostrar como os produtos podem ser preparados em casa, com controle de qualidade e cuidados com a higiene pessoal, e como calcular o custo de produção, a margem de lucro, o preço final de venda e como formalizar o negócio como Microempreendedora Individual (MEI).

As participantes são mulheres cuidadoras ou responsáveis financeiras – mães, avós, tias – de uma ou mais crianças que estão na primeira infância, com idade entre 0 e 6 anos. Os cursos são realizados em parcerias com organizações sociais e equipamentos públicos, como o Centro de Cidadania da Mulher no bairro do Grajaú, a União Popular de Mulheres do Campo Limpo e o Centro de Defesa e Convivência da Mulher do Campo Limpo. Ao final de cada turma, há uma cerimônia de conclusão, com a entrega dos diplomas de participação.

Do curso para o negócio real

Karla Benício, de 25 anos, está animada porque acabou de abrir as portas de sua doceria, inaugurada em 26 de maio. O passo importante marca a profissionalização de uma atividade que ela já realizava em casa. “Sempre quis fazer um curso, mas eu não tinha dinheiro para me matricular. Aprendi coisas básicas que eu não sabia, como armazenamento de produtos e validade das frutas, por exemplo, e outras muito importantes, como mousses e recheios, que todo mundo ama e eu já vendo bem”, diz Karla. Ela vai dividir a execução do negócio com a mãe, Mozeli, que faz salgados de festa e comida nordestina, e com o pai, Edilson, que vai tocar a parte operacional. Tudo isso com o incentivo do marido, Arthur, que sempre a apoiou para que profissionalizasse sua produção de doces.

Karla comemora os bons resultados que conseguiu depois da conclusão do curso, na primeira turma de 2019. Para Páscoa, recebeu uma encomenda de 25 ovos e precisou dispensar outras porque ainda não estava preparada para dar conta de tanta demanda. Para o Dia das Mães foram três bolos e antes mesmo da inauguração ela recebeu a encomenda de um bolo de casamento de dois andares.

Novas possibilidades

Yolenny Del Valle Guaregua, de 33 anos, participou da última turma. Venezuelana de Barcelona, no estado de Anzoátegui, Yolenny está no Brasil desde agosto de 2018 com o marido, Roberto, e três filhos, Juan Carlos, Yoryenys e Germanyori. Ficou sabendo do curso pela equipe da ONG Aldeias Infantis, onde está morando com a família desde março. O espaço também recebe outros refugiados venezuelanos.

“Fiz o curso porque gosto de confeitaria, mas nunca trabalhei com padaria ou doceria”, diz Yolenny. Em casa, ela sempre gostou de preparar doces e tortas – “que aqui vocês chamam de bolo”. Na incerteza da vida no Brasil, ainda é difícil saber se os doces serão uma alternativa de trabalho futuro, mas ela destaca o contato com outras venezuelanas e com as brasileiras durante o curso como muito positivo.