APÓS EXPERIÊNCIA NA ONU, MENINAS BRASILEIRAS QUEREM LUTAR POR SEUS DIREITOS
Elas já entregarem documento elaborado por mais de 500 meninas do mundo à presidente Dilma Rousseff e conheceram a Malala
9 de outubro de 2015 - Tempo de leitura: 3 minutos
Elas já entregarem documento elaborado por mais de 500 meninas do mundo à presidente Dilma Rousseff e conheceram a Malala
Duas meninas brasileiras, a maranhense Irlane (17) e a carioca Luiza (17), embarcaram para Nova Iorque rumo à Assembleia Geral da ONU que decidiu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Ao todo, 17 objetivos foram estabelecidos, entre eles, o quinto, que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. De volta ao Brasil, ambas desejam colaborar para que esta meta seja alcançada.
Participantes do projeto “Essa é Minha Vez!”, da Plan International Brasil, elas se juntaram a diversas meninas do mundo para pedirem aos líderes mundiais que colocassem os direitos das meninas na agenda do desenvolvimento durante o encontro em Nova Iorque. Ao lado de outras sete meninas de três países (Filipinas, Quênia e Paquistão), as brasileiras participaram da criação da Declaração das Meninas, que expressa a opinião de mais de 500 meninas do mundo, explicando que “as meninas são a chave para toda solução sustentável, e não será possível progredir sem elas”. No documento há reivindicações nas áreas de saúde, proteção, educação e profissionalização e ele já foi entregue à Presidente Dilma Rousseff, durante evento em São Luís (MA).
Em Nova Iorque, elas acompanharam os encontros em que o tema igualdade de gênero fora discutido. Em um deles, Malala Yousafzai discursou e este foi o momento mais marcante para as brasileiras.
“Nós, jovens do mundo todo reunidos na ONU, ganhamos uma lanterna cada um, que é recarregável com raios solares. E quando Malala se levantou para discursar, todos nós levantamos juntos”, descreve Luíza. “No meio do discurso da Malala a iluminação da ONU diminuiu e acendemos as lanternas. Foi a primeira vez que as portas de uma reunião como esta foram abertas para os jovens, e todas as autoridades se viraram para trás e olharam para as meninas”.
Para Irlane, viver esta experiência aumentou seu desejo em colaborar para as mudanças da situação das meninas. “Vi que mesmo em meio a tantas diferenças de culturas e costumes, enfrentamos (as meninas do mundo todo) em comum os mesmos problemas e temos a mesma força de vontade em mudar essa situação”, afirma.
O sonho de Luíza agora é ver todas as crianças na escola, e nenhuma menina diminuída simplesmente por ser menina. A Irlane já tem uma ideia de como colaborar com o sonho dela e declara “quero fazer uma graduação em Relações Internacionais e ser Embaixadora dos Direitos das Meninas e Mulheres do Brasil”.
Visando, um maior envolvimento e visibilidade do papel de meninas como Irlane e Luiza em negociações como esta da ONU, que a Plan International idealizou junto com outras parcerias globais o projeto, que acontece simultaneamente em quatro países: Filipinas, Brasil, Quênia e Paquistão.
Levando em conta os diversos desafios que as meninas passam em todo o mundo, o projeto tem por finalidade apoiar o processo de desenvolvimento de habilidades de liderança e advocacy de um grupo de meninas brasileiras, com entre 14 e 18 anos, representando as cinco regiões do Brasil.
Por meio de uma série de ações, o projeto pretende fortalecer o conhecimento e capacidade das meninas adolescentes para que se sintam confortáveis e empoderadas para expressar suas opiniões de uma forma eficaz e sem barreiras.
Opiniões estas que estão expressas na Declaração das Meninas, e que visam ampla repercussão para influenciar os governos a viabilizar suas demandas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e nas políticas globais e nacionais pós-2015, assim como planejar o monitoramento dos compromissos assumidos pelos governos nos seus respectivos países.
O projeto Essa É a Minha Vez! começou com encontros locais com dez meninas em cada uma das cinco regiões do Brasil, nos estados do Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará e Brasília. Nestes grupos elas iniciaram a reflexão e o debate sobre a vida das meninas e seus direitos no País. Destes grupos locais foram escolhidas duas meninas de cada região para um encontro em Brasília e deste grupo Luiza e Irlane foram selecionadas para a reunião da ONU em Nova York.
A Declaração das Meninas do Brasil está disponível para leitura aqui.