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Ana Fontes: Inspiração para jovens empreendedoras

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Ana Fontes: Inspiração para jovens empreendedoras

Ana Fontes, que faz parte do Conselho Curador da Plan, conta sobre os aprendizados de sua jornada nos negócios para inspirar meninas e mulheres

Ana Fontes e adolescente do projeto Empodera Elas

O mundo do empreendedorismo feminino tem várias mulheres inspiradoras. Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), é, sem dúvida, uma delas. Ana é muito conhecida no ecossistema de empreendedorismo brasileiro. É publicitária, mãe de duas meninas e passou muitos anos no mercado corporativo antes de decidir ter o próprio negócio. A RME existe desde 2010 e já impactou mais de 750 mil pessoas por meio de mentorias voluntárias e capacitação para empreendedoras em diferentes fases de seus negócios. Em 2021, Ana Fontes passou a fazer parte do Conselho Curador da Plan e nos meses de novembro e dezembro participou diretamente de duas ações: fez uma palestra no seminário Elas por Elas, em São Luís (MA), onde também realizou atividades com participantes do projeto Rede Meninas Líderes, e fez outra palestra para a equipe da empresa SKIC, em São Paulo.

Durante sua fala no seminário Elas por Elas, que tinha entre o público participantes dos projetos Geração e EmpoderaELAS, Ana compartilhou alguns aprendizados de sua jornada empreendedora:

 

  • A jornada não é uma linha reta. A vida tem altos e baixos e há momentos em que você se questiona se deve continuar. Sempre que isso aconteceu, ela buscou força para continuar seguindo.
  • Use os desafios como combustível. A vontade de desistir pode aparecer, mas é importante entender quais são os seus valores de vida, o que é realmente importante para você.
  • Não importa de onde você vem, mas para onde você vai. O que você está buscando, quais são os seus sonhos? É isso que vai guiar seus próximos passos.
  • Não tenha medo de errar. Errar faz parte do jogo, do processo empreendedor.
  • Coragem não é ausência de medo, mas seguir em frente apesar do medo. O medo não pode paralisar você, mas sim fazer com que você se movimente.
  • Construa relacionamentos, não networking. Ajudar é o princípio básico. “Não trate como relacionamento quem te trata como networking”, diz Ana. Para ela, o princípio básico da vida é ajudar os outros. “Na minha vida, sempre que ajudei as pessoas, sem esperar nada em troca. Isso me trouxe um ciclo positivo, um ciclo próspero.”

 

Ana também respondeu a algumas perguntas sobre sua experiência com a Plan nos últimos meses:

Como foi ver tantas meninas e jovens mulheres dos projetos Geração e EmpoderaELAS no evento de empreendedorismo em São Luís?

Foi uma experiência muito enriquecedora, eu diria até transformadora. Foi muito importante, muito especial. Na feirinha de negócios, as participantes estavam mostrando produtos, serviços, falando sobre aquilo que elas produziram. Isso fez realmente brilhar os olhos de quem estava lá e fiquei até emocionada com algumas das histórias. Fui a cada uma das bancas perguntar para elas de onde vinham, o que faziam. É importante entender esse movimento todo e a importância para elas da geração de renda, de elas fazerem alguma coisa que significa muito, que significa o que elas são. Foi muito importante tudo que acompanhei nesse rápido período em que estive lá.

 

Você também esteve em atividades com as meninas em São Luís. O que você destacaria?

Eu destacaria a forma com que os projetos foram apresentados. Eu conhecia como conselheira da Plan vendo as apresentações do projeto, mas nada, absolutamente, substitui você ver a menina falando de uma forma muito tocante, genuína e verdadeira do trabalho da Plan, do impacto que teve na vida dela. São elas por elas, falando o que os programas e os projetos representam na vida delas. Foi muito importante ver essas meninas fazendo as atividades, participar das dinâmicas realizadas em todos os projetos para entender exatamente o que eles estão buscando. Isso foi muito especial, porque tira do PowerPoint e torna tangível, mostra realmente um impacto na vida real, a vida como ela é.

 

Você também participou de uma palestra na empresa SKIC. O que foi mais relevante para você?

O bacana da palestra na empresa foi o envolvimento dos colaboradores. Não é tão comum você ver os colaboradores tão interessados, querendo entender o que é a Plan, querendo entender o que era minha história, o que eu estava fazendo, quais são os projetos de impacto social. Vários deles, no final da palestra, vieram perguntar, queriam colaborar com a Plan, acompanhar os materiais. Vieram perguntar também como eles poderiam fazer para ajudar de outras formas. Esse interesse é fundamental. A empresa organizou tudo, fez a palestra, trouxe a Plan, ofereceu os kits. Mas o mais importante é dar conhecimento sobre o trabalho da Plan para mais empresas, mais organizações, não só pela questão da doação financeira, mas também para que eles entendam o trabalho, mostra a repercussão, porque isso também é uma forma de ajudar a Plan.

 

O ano de 2021 foi de muitos desafios para todas as pessoas. Que mensagem você gostaria de deixar para meninas e mulheres que empreendem?

Os últimos dois anos têm sido realmente muito desafiadores e mais desafiadores especialmente para as mulheres. A pandemia afetou mais fortemente as mulheres, seja no ambiente de trabalho – porque elas foram as mais demitidas – seja no ambiente de negócios, porque boa parte das empreendedoras, a grande maioria, tem negócios em segmentos que foram mais afetados, como moda, beleza, alimentação fora de casa, estética, seja por causa da violência doméstica, que tristemente aumentou bastante.

Mas a despeito de toda essa realidade muito triste, que a gente não pode ignorar, o que eu vi nesses dois anos foram mulheres buscando caminhos, soluções e formas de se manterem ativas, de se manterem fazendo o seu papel. Então acho que a mensagem mais importante é que a gente não vai resolver nenhum problema sozinho. A gente tem que se juntar. Todas as mulheres fazerem parte de rede, de grupo, da sua vizinha, da sua família, da sua comunidade. Isso é fundamental. A gente não consegue superar tanta desigualdade como a gente tem no Brasil, se a gente não trabalhar junto por isso. A melhor recomendação que eu dou para essas meninas e mulheres é: façam parte, estejam juntas, apoiem umas às outras. Os desafios são grandes, mas com certeza, se a gente trabalhar junto, vão ficar menores.