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17 de junho de 2018 - Tempo de leitura: 3 minutos
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Plan International Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), aprovados por todos os países-membros da ONU, inclusive o Brasil, representam um compromisso global em favor da vida, da igualdade e do meio ambiente. Pela primeira vez, um acordo internacional reconheceu os direitos de meninas e mulheres como fundamentais para alcançar o desenvolvimento sustentável. A chamada Agenda 2030 propõe que governos, empresas e a sociedade civil incorporem a perspectiva de gênero em suas ações, políticas e programas, promovendo transformações estruturais em direção à equidade.
Este relatório teve como objetivo olhar para os ODS a partir da realidade das meninas de 0 a 18 anos, considerando as diferenças de gênero. A ideia foi entender como esses objetivos impactam a vida delas, onde já houve avanços, o que ainda falta melhorar e quais riscos existem. Para isso, foram usados dados públicos, materiais técnicos e conversas com pessoas que atuam na área. Com base nisso, foram feitas algumas sugestões para garantir que os direitos das meninas sejam mais respeitados e incluídos nas ações da Agenda 2030.
Ainda hoje, muitas políticas públicas e conjuntos de dados tratam infância e gênero como se fossem mundos distintos — e, nesse abismo, as meninas acabam se tornando invisíveis. Como grupo com vivências e necessidades próprias, elas são frequentemente esquecidas nas leis e nos planos de ação. Poucas iniciativas, como a Resolução 180 do Conanda, ousam romper esse silêncio.
Nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em áreas como meio ambiente, cultura, consumo e tecnologia, ainda faltam dados que revelem quem são e como vivem as meninas. Mesmo em setores onde já houve progresso, como saúde e educação, as desigualdades persistem — e impactam meninas e meninos de formas diferentes. Dar visibilidade às meninas não é apenas uma questão de justiça, é um passo essencial para transformar o futuro.
Consumo e publicidade: A imagem das meninas na mídia
A publicidade voltada para crianças — principalmente para meninas — ainda reforça muitos estereótipos e acaba limitando o jeito como elas se enxergam e o que acreditam que podem ser. Por isso, é importante pensar em como o mercado influencia a forma como as meninas são vistas e tratadas na sociedade.
Para mudar esse cenário, é preciso dados mais completos sobre as meninas, levando em conta gênero, idade, raça e o lugar onde vivem. A Agenda 2030 não pode ficar só no papel — ela tem que sair do discurso e virar ação concreta em todas as regiões do país. E mais: é essencial entender que meninas têm necessidades próprias, que muitas vezes nem aparecem nas leis ou nas políticas públicas.
As organizações da sociedade civil têm um grande papel nisso tudo. Elas ajudam a produzir informação, cobrar o governo, fazer pesquisas e, principalmente, garantir que as meninas sejam ouvidas. São essas organizações que trazem visibilidade para quem quase sempre é esquecida.
Conclusão: Colocar as meninas no centro das ações
A construção de uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária começa com a escuta atenta e o protagonismo de todas as meninas — sem exceções. Seja qual for sua religião, raça, cor, classe social ou orientação sexual, suas vozes precisam ser reconhecidas como potentes agentes de transformação. Quando essas vozes forem valorizadas, novos caminhos se abrirão, tornando possível imaginar um futuro com mais liberdade, dignidade e poder de escolha.
Para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) deixem de ser promessas no papel e se tornem realidade, é fundamental colocar as meninas no centro das decisões. O compromisso de “não deixar ninguém para trás” só será autêntico quando todas as meninas tiverem acesso real a oportunidades que as façam crescer com igualdade e respeito.
Para conhecer o Estudo na íntegra baixe o PDF, clicando no botão abaixo: