Conheça 10 mulheres e meninas que estão fazendo a diferença durante a pandemia
Empresárias, cientistas, ativistas, artistas e líderes nacionais têm se destacado na luta contra o novo coronavírus e por um mundo mais igualitário
8 de março de 2021 - Tempo de leitura: 5 minutos
Empresárias, cientistas, ativistas, artistas e líderes nacionais têm se destacado na luta contra o novo coronavírus e por um mundo mais igualitário
As mulheres têm exercido um papel essencial na resposta à pandemia de COVID-19. Um estudo recente mostrou que elas tendem a levar a ameaça da doença mais a sério e são mais inclinadas a seguir recomendações de saúde pública como o uso de máscaras e o distanciamento social.
Sendo as principais responsáveis pelos cuidados das crianças e dos idosos, elas têm o potencial de promover a adesão de suas famílias e comunidades aos protocolos de segurança. Elas também estão na linha de frente do combate ao vírus como médicas, enfermeiras, cuidadoras, profissionais de limpeza e cientistas. Além disso, países liderados por mulheres, como a Nova Zelândia e a Alemanha, têm se saído melhor na resposta ao novo coronavírus.
Também é verdade que mulheres e meninas têm sido afetadas pela pandemia de forma mais intensa. Com as escolas fechadas, muitas mulheres passaram a ter de conciliar seu trabalho com o cuidado das crianças no período em que estas normalmente estariam estudando. Além disso, o isolamento social elevou o risco de violência doméstica contra mulheres e meninas, pois aumentou seu tempo de convivência com potenciais agressores.
Para celebrar os esforços das mulheres e meninas na recuperação da pandemia e na construção de um futuro mais igualitário, a ONU Mulheres elegeu como tema do Dia Internacional da Mulher: “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19”. Neste dia 8 de Março, a Plan International Brasil também decidiu celebrar 10 mulheres e meninas que estão fazendo a diferença durante esta pandemia.
Momoko Nojo
Quando o presidente do Comitê Olímpico de Tóquio, Yoshiro Mori, comentou durante uma reunião que “as mulheres falam demais”, a estudante universitária japonesa Momoko Nojo, de 22 anos, sentiu que tinha de fazer alguma coisa diante do comentário sexista. Ela lançou uma campanha on-line com a hashtag #DontBeSilent, que reuniu mais de 150 mil assinaturas. Por causa da pressão popular gerada pelo movimento, Mori renunciou. Em seu lugar, assumiu Seiko Hashimoto, uma ex-atleta olímpica com experiência em políticas de igualdade de gênero e empoderamento feminino.
Luiza Trajano
A empresária brasileira Luiza Trajano, do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil, lançou em fevereiro um movimento empresarial que pretende contribuir para que a vacina contra a COVID-19 esteja disponível para todos os brasileiros até setembro. O movimento “Unidos pela Vacina” pretende apoiar o SUS no que se refere à logística de distribuição do imunizante e a compra de insumos como seringas e agulhas. “Queremos ajudar a garantir que as vacinas cheguem a qualquer ponto do país, superando todo e qualquer obstáculo”, afirmou Trajano em texto no Instagram.
Jacinda Ardern
A primeira-ministra da Nova Zelândia tem sido vista como um exemplo de liderança durante a pandemia de COVID-19. Sua gestão focou em minimizar os danos provocados pelo novo coronavírus, impondo um confinamento estrito logo no início da pandemia, além do fechamento de fronteiras a viajantes estrangeiros. Como resultado, o país registrou menos de 2 mil casos da doença e um total de 25 mortes atribuídas à COVID-19.
Jaqueline Goes de Jesus e Ester Sabino
As duas cientistas brasileiras tiveram um papel essencial no sequenciamento do novo coronavírus logo no início da pandemia. Graças ao trabalho de cientistas como elas, o primeiro sequenciamento do vírus no Brasil ficou pronto apenas dois dias após o primeiro caso de infecção ter sido confirmado no país. Ester Sabino é diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP. Já Jaqueline Goes de Jesus é pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP. As duas cientistas têm sido uma fonte de inspiração para meninas que sonham em se tornarem cientistas. “Como mulher negra, creio que eu tenha sido colocada como uma figura de inspiração, não porque a doutora Jaqueline é super-heroína, maravilhosa, perfeita. É pela falta de representatividade”, afirmou Jaqueline ao site Minas Faz Ciência.
Maria Luisa Almeida Lopez
A menina de apenas 9 anos chamou a atenção da imprensa quando, logo no início da pandemia, começou a costurar máscaras de tecido para doar para trabalhadores de serviços essenciais e moradores de rua da cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo. Quando Maria Luisa, que aprendeu a costurar aos 7 anos, descobriu que sua professora participava de um projeto social que estava se organizando para confeccionar e doar máscaras, resolveu ajudar. Sua mãe entrou em contato com uma das idealizadoras do projeto e, desde então, a menina tem produzido cerca de 5 máscaras por dia para doação. “Ela acha normal costurar e não tem noção de que é tudo isso, de tudo que está fazendo. Para ela, é como se estivesse brincando”, afirmou a mãe, Priscila Sanches de Almeida.
Monica Calazans
A enfermeira Monica Calazans, de 54 anos, ficou conhecida como a primeira pessoa a ser vacinada contra a COVID-19 no Brasil após a vacina ser aprovada no país. Mulher negra e moradora de um bairro periférico de São Paulo, Monica atuou na linha de frente no atendimento a pacientes com COVID-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Por tudo isso, muitas mulheres brasileiras se sentiram representadas por ela, que acabou se tornando um símbolo de esperança por um futuro em que todas as pessoas terão acesso à vacina. “E eu estou aqui por uma classe, pois sou enfermeira e tenho muito orgulho da minha profissão. Quero deixar claro que não sou atriz, sou enfermeira. Eu não estou atuando. No momento com tantas mortes não existe atuação teatral, é uma realidade que todos nós estamos vivendo”, afirmou Mônica depois de receber a segunda dose do imunizante.
Margareth Dalcolmo
A pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tornou-se uma presença frequente na mídia desde o início da pandemia. Ela é uma das cientistas que assumiu um papel incansável de se comunicar com a população para explicar a ciência por trás das vacinas e dar orientações baseadas em conhecimento científico. “Eu me sinto diante de um compromisso, de uma missão, e não me furtarei a ela, de modo algum”, afirmou Margareth em entrevista à revista Radis, da Fiocruz.
Natalia Pasternak
Assim como Margareth, a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, tornou-se uma das vozes que mais propagou o avanço no conhecimento científico durante esta pandemia, sempre disposta a dar entrevistas para combater notícias falsas e explicar para o público leigo os mais recentes estudos relacionados ao novo coronavírus. Com mais de 130 mil seguidores no Twitter, ela se tornou uma verdadeira influenciadora digital de divulgação científica.
Teresa Cristina
A cantora Teresa Cristina recebeu o título informal de “rainha das lives” nesta pandemia. Apresentações ao vivo pela internet se tornaram um meio importante de os artistas se comunicarem com seu público neste período de distanciamento social, em que a maioria dos shows presenciais foi cancelada. Mas poucos fizeram um trabalho tão primoroso e constante como Teresa Cristina. Em suas lives diárias, com convidados ilustres como Gilberto Gil, Chico César, Daniela Mercury e Caetano Veloso, ela faz com que o público se sinta em sua casa. Para o público confinado, ter acesso a esse tipo de conteúdo artístico de qualidade foi essencial para possibilitar momentos de descontração e positividade em meio a tantas dificuldades.