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SEGUNDA EDIÇÃO DA PESQUISA POR SER MENINA TRARÁ PERCEPÇÃO DE MENINAS DE 14 A 19 ANOS

Primeira edição, publicada em 2014, teve grande impacto ao mostrar desigualdades entre meninas e meninos

Em 2014, a Plan International Brasil apresentou os resultados da pesquisa “Por Ser Menina no Brasil: Crescendo Entre Direitos e Violências”. Ao dar voz a meninas de 6 a 14 anos, o estudo pioneiro revelou desigualdades de gênero e violações de direitos que faziam parte de seu cotidiano, gerando uma grande repercussão na sociedade. As participantes relataram, por exemplo, que tinham mais responsabilidades domésticas do que seus irmãos meninos e muitas já tinham sido expostas a situações de violência.

Agora, a Plan está preparando uma nova edição da pesquisa, desta vez ouvindo meninas de 14 a 19 anos. “É como se a pesquisa acompanhasse a vida das meninas brasileiras, pois abordaremos nessa edição a percepção das adolescentes e jovens mulheres sobre os mesmos aspectos”, diz Gabriela de Oliveira, sócia da Tewá 225, empresa de consultoria que conduzirá a pesquisa.

Assim como a primeira edição, a pesquisa Por Ser Menina 2021 ouvirá meninas de todas as cinco regiões do Brasil. Mas desta vez a abordagem será on-line devido à pandemia de COVID-19. Segundo Gabriela, a expectativa é que de 2 mil a 4 mil meninas, moradoras de 10 cidades, respondam a um questionário on-line sobre o que facilita e o que impede o desenvolvimento de suas habilidades e a garantia de seus direitos. As perguntas abrangerão seu ambiente familiar, escolar, comunitário e social.

O estudo também terá um elemento qualitativo, com a formação de grupos focais que farão encontros on-line. Haverá um grupo focal para cada um dos cinco municípios de médio porte – Maués (AM), Codó (MA), Jacareí (SP), Cachoeirinha (RS) e Formosa (GO) – e dois grupos focais para cada uma das capitais – Manaus (AM), São Luís (MA), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).

A meta, segundo Gabriela, é garantir a diversidade das participantes, incluindo meninas trans, aquelas que já são mães, as que já desenvolvem atividades produtivas, e especialmente meninas negras, características que tendem a ser marcadores de vulnerabilidade.

Para chegar a essas meninas, a equipe responsável tem feito um trabalho de mobilização das organizações não governamentais locais dos municípios, que vão divulgar a pesquisa por meio de mensagens inbox nos perfis de meninas nas redes sociais. Redes de ensino municipais e estaduais também estão sendo envolvidas nesse processo.

Gabriela ressalta que o estudo segue rigorosamente a Política Global de Salvaguarda de Crianças, Adolescentes e Jovens da Plan International e está passando pela aprovação do Comitê de Ética da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO).

“A pesquisa de 2014 foi um marco e a segunda edição vai ser novamente”, diz Gabriela. “Dados públicos oferecem uma visão  quantitativa. Entender esses dados à luz de uma pesquisa de percepção possibilita uma abordagem mais integral sobre o que é ser menina”, completa.

No futuro, esse relatório pode subsidiar a formulação de políticas públicas e programas do terceiro setor e da iniciativa privada que digam respeito às meninas. “A ideia é que a pesquisa possa servir não só para a Plan, mas para outras organizações interessadas em questões de gênero e também para gestores públicos tomarem decisões baseadas na percepção que meninas têm sobre própria vida”, afirma Flavio Debique, gerente nacional de programas e incidência da Plan.

Meninas, mães, pais, cuidadoras e cuidadores interessados em saber mais sobre a pesquisa podem acessar esta ficha de informações, que contém as principais perguntas e respostas sobre o estudo.