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Aprender e Proteger busca minimizar o impacto da pandemia em meninas em situação de vulnerabilidade

Projeto que atenderá famílias nos distritos da Sé e da Mooca, em São Paulo, fará um esforço especial para inclusão de imigrantes

O impacto da pandemia de Covid-19 se alastrou por todos os setores da sociedade no último ano. Mas alguns grupos foram mais atingidos, especialmente diante do aumento dos índices de desemprego. Apesar de serem práticas fundamentais para a prevenção ao contágio e a disseminação do vírus, o isolamento social e o cancelamento das aulas presenciais provocaram maior exposição das meninas e mulheres à violência dentro da própria casa.

Pesquisas mostram que casos de violência sexual são perpetrados principalmente por alguém próximo à vítima, muitas vezes vivendo na mesma casa. O ambiente doméstico é, portanto, um local de grande insegurança para muitas meninas e mulheres. Ao restringir a vida da maioria das pessoas ao seu próprio lar, a pandemia elevou o risco de ocorrência desse tipo de violência baseada em gênero.

É neste contexto que o projeto Aprender e Proteger, implementado pela Plan International Brasil, pretende empoderar meninas e mulheres para que elas desenvolvam ferramentas para se protegerem de situações de violência. O projeto, que vai se concentrar nos distritos da Sé e da Mooca, em São Paulo, também buscará estimular a permanência das meninas na escola, evitando que elas se envolvam em trabalho infantil e outras situações de risco. “O foco do projeto é fortalecer a educação como um ambiente de proteção que vai estimular a autonomia e emancipação dessas meninas”, diz Mariana Cursino Cruz, facilitadora de projetos da Plan International Brasil.

Para combater a evasão escolar entre meninas, o projeto contará com diferentes estratégias: oferecerá mentoria às meninas, com bolsa-auxílio, além de um apoio direto às famílias, fornecendo vale-alimentação no valor de R$ 680, e organizando encontros de sensibilização sobre o direito à educação e à proteção contra a violência baseada em gênero.

O projeto também envolve a realização de formações para meninos e meninas sobre empoderamento feminino e prevenção de violência baseada em gênero. Essas atividades serão inspiradas pela metodologia usada em outros projetos da Plan, como Campeões e Campeãs da Mudança e Escola de Liderança para Meninas.

Uma das características do Aprender e Proteger é ter um olhar mais atento aos imigrantes. “O projeto fará uma adaptação das metodologias que a Plan já tem utilizado, e com um olhar mais atento a crianças e adolescentes imigrantes em situação de vulnerabilidade”, afirma Iará Simis, gerente de projetos da Plan International Brasil em São Paulo. As meninas imigrantes que participarem do programa terão acesso a um curso de aperfeiçoamento do idioma.

Resultado de uma parceria com a empresa Beiersdorf por meio de seu Programa de Ajuda Global –  “Care Beyond Skin” (Cuidado Além da Pele), o Aprender e Proteger está em fase de estabelecimento de parcerias com outras organizações não-governamentais e com o setor público. O plano é que os processos formativos comecem a partir de maio.