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Plataforma da Plan tem oportunidades de financiamento, ferramentas de aprendizagem e uma comunidade on-line para grupos e coletivos, com o objetivo de promover a igualdade de gênero e a inclusão. Inscrições para concorrer ao fundo vão até 15 de novembro

A Plan International Brasil lança hoje, 26 de outubro, a Aceleradora da Igualdade, uma plataforma criada de forma colaborativa por jovens ativistas de mais de 40 países. O espaço digital reúne, em um único lugar, um banco de dados com oportunidades de recursos financeiros de organizações nacionais e internacionais, uma rede de grupos de jovens, um espaço com ferramentas para ativismo e recursos de aprendizagem. O intuito é fazer uma ponte entre jovens e organizações com fundos financeiros destinados a ativismo em várias áreas, além de permitir a reunião e formação de grupos para atuarem em conjunto.

“Expandir nossa atuação para outras regiões do país é um de nossos objetivos estratégicos, que visa aumentar o impacto do que fazemos e acreditamos por meio da atuação de jovens das mais diversas comunidades. A Aceleradora da Igualdade vem ao encontro deste objetivo, na medida que divulga oportunidades de fundos para que grupos formados por jovens possam implementar projetos que transformem a sua realidade e daqueles que os cercam. Instrumentalizar, financiar, empoderar é a forma mais sustentável para a transformação da desigualdade de gênero tão presente ainda na vida de meninas e mulheres no Brasil”, diz Cynthia Betti, nossa diretora executiva.

No mundo todo, as mulheres – e em especial as meninas – enfrentam muitas dificuldades para conseguir acessar recursos financeiros para seus projetos. Nos últimos anos, organizações internacionais e governos criaram muitos fundos destinados a ações de igualdade de gênero, mas na prática, apenas uma pequena parte desses recursos realmente chega a iniciativas lideradas por mulheres. Dos fundos globais para o desenvolvimento e a cooperação internacional, somente 1% vão para mulheres ativistas e uma porcentagem ainda menor é destinada a meninas ativistas.

Fundo da Aceleradora da Igualdade

O site oficial da plataforma (www.eacolectiva.org) está disponível em português, espanhol e inglês. Nele, comunidades de jovens ativistas trabalham estrategicamente para promover a igualdade de gênero em nível nacional e regional e facilitar o intercâmbio com seus colegas, em um espaço digital interativo, intuitivo e simples de usar.

Para marcar o lançamento da plataforma, anunciamos a abertura de inscrições, até 15 de novembro, para recursos financeiros do Fundo da Aceleradora da Igualdade. O fundo é destinado a grupos de jovens, redes e coletivos para receber financiamento e acompanhamento em projetos de igualdade de gênero destinados a jovens de 14 a 24 anos, com prioridade para a juventude negra e grupos formados ou que trabalhem com pessoas portadoras de deficiência. Os grupos poderão submeter seus projetos para recursos não reembolsáveis de R$ 1 mil, R$ 2 mil ou R$ 3 mil cada. O fundo vai contemplar até cinco iniciativas de no máximo R$ 3 mil.

Um dos objetivos da Aceleradora da Igualdade é reduzir as barreiras de acesso a financiamento de iniciativas e flexibilizar a prestação de contas dos recursos utilizados, permitindo que as meninas se concentrem na liderança e na execução das ações. Esses foram pontos destacados como barreiras para as meninas ativistas na pesquisa Girls to the Front, lançada em 2018 pela organização Mama Cash e pelo Fundo FRIDA.

O estudo apontou que iniciativas e organizações lideradas por meninas de até 18 anos normalmente são menos formais e não costumam ter um registro. Como elas ainda são jovens, questionam a necessidade de formalizar suas ações e têm encontrado outras maneiras de se organizarem, usando bastante as redes sociais para isso. O problema é que muitas organizações com recursos disponíveis para financiar iniciativas lideradas por meninas exigem um registro obrigatório dos grupos.

Esses critérios de elegibilidade podem excluir muitas jovens ativistas, particularmente as que fazem parte de grupos informais, que vivem em áreas rurais e têm níveis mais baixos de educação e alfabetização. Outro ponto destacado pelas meninas é que os recursos financeiros são cruciais, mas nem sempre são a única necessidade delas. Elas precisam de auxílios técnicos, oportunidades de networking e habilidade para interagir com outras pessoas.

“Estamos procurando grupos de jovens que sejam liderados por adolescentes, jovens, mulheres, pessoas LGBTQIA+, jovens indígenas ou jovens residentes de áreas rurais, entre 14 e 24 anos de idade. Qualquer grupo, formal ou informal de pelo menos três membros pode se candidatar, assim como grupos compostos por jovens com menos de 18 anos”, afirma Nicole Campos, nossa gerente técnica de programas. O período de inscrição para o Fundo Aceleradora da Igualdade vai até 15 de novembro e as melhores iniciativas serão escolhidas por votação aberta. O regulamento e o formulário de inscrição estão disponíveis em https://eacolectiva.org/

O link da Aceleradora também está disponível por meio do Portal Meninas Líderes, um ambiente virtual lançado no ano passado que tem conteúdo em textos, vídeos, agenda e muita conversa sobre igualdade de gênero no Brasil e no mundo para meninas e jovens mulheres de 14 a 24 anos. Para conhecer o portal, acesse: www.meninaslideres.org.br

Iniciativa premiada

Até agora, a Aceleradora de Igualdade funcionou em fase piloto no Brasil e na Guatemala em um processo de melhoria constante com contribuições de jovens ativistas, que deram suas opiniões e sugestões. Em agosto de 2020, a plataforma foi selecionada como uma das 30 Inovações Digitais Mais Inspiradoras de 2020 pela organização holandesa The Spindle na categoria de iniciativas digitais que contribuem para um mundo mais inclusivo e sustentável. Confira o vídeo aqui.