4 de abril de 2024 - Tempo de leitura: 4 minutos
No Brasil, o projeto Cambalhotas ensina meninos e meninas a se protegerem em situações de violência trabalhando com crianças de 3 a 11 anos, com uma linguagem apropriada sobre seus corpos, suas partes íntimas, as diferentes formas de abuso e como denunciar. Junte-se a nós para acelerar o relógio!
O Plano de Alana:
1. Aprender sobre os direitos das meninas e a igualdade de gênero
2. Liderar a mudança em sua comunidade
3. Se tornar uma empreendedora e escrever um livro
“Ser uma menina não é uma tarefa fácil. É preciso muita motivação e oportunidades para alcançar a igualdade de gênero”, diz a menina de 12 anos que mora Codó, no Maranhão.
Alana é uma estudante e jovem empreendera. Ela diz que se sente frustrada por não ver muitas mulheres empresárias, que na maioria são homens. Ela faz uma referência ao Fórum Econômico Mundial e comenta, “serão necessários 131 anos para alcançar a igualdade de gênero. As pessoas precisam saber sobre isso para que possam repensar. Elas precisam pensar o que podem fazer para que as meninas tenham seus direitos garantidos. ”
Alana costuma compartilhar seu conhecimento e sua esperança em oportunidades iguais para meninas com sua irmã mais nova, Analice, de 9 anos. Ela quer que a irmã seja capaz de definir seu próprio futuro. “Nós precisamos mudar a situação atual e lutar pela igualdade de gênero. Vai ser difícil, mas temos que manter nossa cabeça erguida. Vamos precisar de muita determinação para não desistir. Obstáculos também servem para nos ensinar a sermos ainda mais fortes. ”
A estudante que se torna professora
Após participar do projeto Cambalhotas da Plan International Brasil, que foca na igualdade de gênero, Alana afirma que aprendeu muito. “Eu soube do projeto pela amiga da minha mãe, fiquei interessada e decidi participar. ”
“Quando eu comecei a participar do projeto, aprendi muitas coisas, como me defender se algo acontecer comigo. Eu não sabia dos meus direitos, então eu pude aprender sobre alguns deles através do projeto. Eu gostaria que todas as crianças aprendessem o que eu aprendi, eu sempre ensino para eles tudo que aprendo. “
A mãe de Alana, Socorro, diz que a filha sempre conversa com as outras crianças sobre educação. Uma de suas brincadeiras favoritas é de ser professora. ” Eu comprei um quadrinho branco e ela finge que está dando aula,” diz Socorro.
Talento empreendedor e o espírito coletivo
O talento empreendedor intrínseco de Alana se soma ao espírito coletivo e generoso com as crianças de sua comunidade. Ela gosta de dar os presentes que ela mesma cria. “Eu crio brinquedos, embrulho e dou para cada um deles. Sem esquecer ninguém para que eles saibam que são importantes. ”
Seu capricho com seu empreendimento é evidente nos braceletes e outros artesanatos que faz e vende para seus colegas de turma, assim como a parceria que tem com uma amiga da escola, onde elas criam e “alugam” brinquedos feitos com papelão. Uma delas foi a réplica de uma máquina de pegar brinquedos.
Alana conta que gostaria de ser uma empresária. “Eu quero ser uma empresária, mas vejo muito poucas mulheres nessas posições, sempre vejo mais homens. São sempre homens empreendedores. E eu pensei: Será que serei uma mulher empresária? Vai dar certo? Será que isso é para mim? E eu percebi que se eu quiser, eu posso ser uma empresária. ”
A Plan International acredita que quando as meninas têm oportunidades, elas podem fazer a diferença, passando seu conhecimento para outras jovens mulheres, irmãs e amigas conduzindo a mudança. Meninas que recebem apoio se tornam líderes que transformam o mundo para mulheres e meninas, que é um mundo melhor para todas as pessoas.
“Para que sermos o que queremos, nós, meninas, precisamos de motivação e força de vontade, porque não vai ser fácil mesmo quando as oportunidades chegarem”, diz Alana. “Temos que manter nossas cabeças erguidas, porque coisas boas nem sempre acontecem. Nós precisamos de mais oportunidades e mais visibilidade para alcançar nossos sonhos e objetivos.”
Falando sobre seus sonhos, Alana têm muitos sonhos e acredita que todas as meninas podem ter a carreira que quiserem e devem ser valorizadas em todas as posições. Um de seus objetivos é escrever um livro de autoajuda.
“Eu gostaria de escrever um livro descrevendo como elas podem mudar suas vidas, ajudando jovens a melhorar seus resultados na escola. Hoje, eu sei que posso ser uma empresária e gostaria de compartilhar essa informação com outras pessoas para que elas saibam que podem ser o que quiserem.”
Como a Plan International ajudou
Ensinar crianças a se protegerem da violência é apenas uma das frentes de atuação do Cambalhotas, que trabalha com crianças de 3 a 11 anos e seus familiares para encorajar o diálogo sobre autoproteção. O projeto Cambalhotas atua em Teresina, no Piauí, e Codó e São Luís, no Maranhão.
Em 2022, 2.186 crianças participaram de atividades educacionais e recreativas que ensinam seus direitos, assim como autoproteção contra diversas formas de violência e abuso. Dessas crianças, 821 têm 6 anos ou menos.
O projeto Cambalhotas também trabalha com profissionais da educação infantil, representantes e lideranças das organizações comunitárias de base e da sociedade civil para fortalecer a capacidade de quem participa do Sistema de Garantia de Direitos. Em 2022, mais de 4 mil pessoas foram alcançadas pelo projeto.