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Violências contra crianças e adolescentes crescem no Brasil e reforça a urgência do 18 de Maio

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21 de maio de 2025 - Tempo de leitura: 2 minutos

No Brasil, a cada hora, pelo menos 33 denúncias de violações contra crianças e adolescentes são registradas pelo Disque 100. Somente em 2024, o canal do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania recebeu mais de 657 mil queixas, um aumento de 22,6% em relação ao ano anterior.

Neste contexto, o Dia 18 de maio, instituído por lei federal em 2000 como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, ganha ainda mais relevância. A data remete ao caso brutal da menina Araceli, de apenas 8 anos, assassinada após sofrer violência sexual no Espírito Santo, em 1973, e simboliza a luta pelos direitos de meninas e meninos em todo o país.

Para Gezyka Silveira, coordenadora de Proteção e Desenvolvimento Infantil da Plan International Brasil, organização humanitária que atua há mais de 25 anos no país para romper ciclos de violências contra meninas e mulheres, é essencial ampliar a conscientização da sociedade e cobrar políticas públicas eficazes. “Infelizmente, a violência sexual ainda é uma triste realidade para milhares de crianças no Brasil. A maioria dos casos acontece dentro de casa, praticada por pessoas conhecidas da vítima. É urgente enfrentarmos esse ciclo de violências com informação, políticas públicas intersetoriais, apoio às vítimas e campanhas contínuas de prevenção”, afirma Gezyka.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, 88,2% das vítimas de estupro no país são meninas, 52,2% são negras, 61,6% têm até 13 anos, e 61,7% dos casos acontecem dentro da própria residência. Em 84,7% das situações, o agressor é um familiar ou alguém próximo da vítima.

A Plan International Brasil desenvolve projetos em todo o país com foco na autoproteção infantil, educação sexual, fortalecimento de vínculos familiares e formações para profissionais do Sistema de Garantia de Direitos. Entre os destaques estão os projetos Cambalhotas, voltado a crianças de 3 a 11 anos, e o Down to Zero, que atende adolescentes de 14 a 17 anos, especialmente em contextos vulneráveis.

Para Cynthia Betti, CEO da Plan International Brasil, o enfrentamento da violência sexual infantil exige o compromisso coletivo de todos os setores da sociedade. “Não podemos mais aceitar que o abuso e a exploração sexual sejam ignorados ou naturalizados. Cada caso não denunciado perpetua uma rede de violência invisível. Precisamos agir com firmeza, empatia e responsabilidade. Proteger nossas crianças é um dever de todos: governos, escolas, famílias, setor privado e organizações da sociedade civil”, declara Cynthia. “Importante reforçar a importância da denúncia por meio de canais como o Disque 100, que funciona 24 horas por dia, de forma gratuita e anônima”, complementa. Ao longo de todo esse mês, em referência ao Maio Laranja, que faz alusão a campanha de combate à exploração e abuso sexual infantil no Brasil, a instituição irá realizar diversas ações de conscientização e apoio a crianças e adolescentes nas regiões em que atua, por meio de seminários, caminhadas e mutirões com participação da população.