26 de março de 2020 - Tempo de leitura: 3 minutos
O Plano de Resposta Humanitária Global das Nações Unidas para a COVID-19 demonstra compromisso de ajudar algumas das comunidades mais vulneráveis do mundo. Agora, os recursos devem chegar a meninas, mulheres, refugiados e pessoas em deslocamento
A Plan International dá as boas-vindas ao Plano de Resposta Humanitária Global COVID-19 elaborado pelas Nações Unidas, lançado em 25 de março, que demonstra o compromisso de ajudar algumas das comunidades mais vulneráveis do mundo durante a pandemia de COVID-19. Mas para ser eficaz, o plano de resposta coordenada de 2 bilhões de dólares deve ser adequadamente financiado por doadores e alcançar meninas, mulheres, refugiados e deslocados internos – as pessoas que serão mais afetadas pela pandemia na América do Sul, África, Oriente Médio e Ásia. As iniciativas do plano incluem a entrega de kits de teste, suprimentos médicos e o lançamento de campanhas de informação pública.
A EDUCAÇÃO NÃO PODE SER INTERROMPIDA
A Plan International apoia a intenção de manter o acesso à educação sempre que possível. O fechamento de escolas, a quarentena e os confinamentos impactam a educação, aumentam os riscos de saúde física e mental e reduzem o acesso aos serviços de saúde.
“Quando as escolas fecham e as meninas e mulheres jovens precisam ficar confinadas em suas casas, elas enfrentam riscos muito maiores de exploração e violência de gênero“, lembra Anne-Birgitte Albrectsen, CEO da Plan International. “Os surtos de doenças e as medidas tomadas para controlá-las também aumentam os riscos de violência, abuso ou negligência à medida que os sistemas de proteção entram em colapso, os cuidadores ficam doentes e os impactos econômicos levam a estratégias negativas de enfrentamento, como sexo de sobrevivência e casamento infantil”, explica Albrectsen.
A Plan International também saúda o reconhecimento pela ONU dos desafios de manter a higiene dos refugiados e outros deslocados internos, e o seu compromisso de instalar estações de lavagem das mãos nos campos e assentamentos.
OS RECURSOS NÃO DEVEM SER DESVIADOS DE OUTRAS CRISES
O plano da ONU enfatiza a importância de não desviar fundos de respostas humanitárias já existentes para enfrentar a pandemia de COVID-19. Durante o surto do Ebola, os recursos da saúde foram desviados dos cuidados básicos, reduzindo o já limitado acesso de meninas e jovens mulheres aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, bem como aos serviços de atendimento materno, neonatal e infantil.
“A Plan International está adaptando seus programas para responder à crise e está trabalhando para apoiar aqueles e aquelas em risco, incluindo refugiados e crianças afetadas por conflitos. Continuamos empenhados e empenhadas em fazer a nossa parte para deter a propagação da COVID-19 e reduzir o seu impacto sobre as pessoas mais vulneráveis da sociedade”, declarou Colin Rogers, chefe de Preparação e Resposta a Desastres da Plan International.
A Plan International insta os governos e outras agências humanitárias a garantir que a informação sobre saúde pública chegue a comunidades vulneráveis e remotas, especialmente a meninas e jovens mulheres. As meninas – particularmente as que vivem em comunidades marginalizadas e têm algum tipo de deficiência – podem ser desproporcionalmente afetadas pelos impactos econômicos secundários da pandemia.
A Plan International apela a todos os governos para que trabalhem em estreita colaboração com a ONU e as organizações da sociedade civil para garantir que os suprimentos humanitários cheguem aos mais necessitados.