17 de abril de 2025 - Tempo de leitura: 2 minutos
A Plan International está profundamente consternada com a informação de que Fatima Hassouneh, fotojornalista palestina de 24 anos e defensora da juventude, foi morta junto com sua família em um ataque aéreo israelense que atingiu sua casa em Gaza na manhã desta quarta-feira.
Fatima era uma fotógrafa talentosa e ex-participante do programa She Leads, da Plan International. Nos últimos 18 meses, ela compartilhou com coragem múltiplos relatos do cotidiano em Gaza, tendo seus trabalhos publicados no The Guardian e em outros veículos de imprensa.
Com o anúncio de um cessar-fogo temporário em janeiro, Fatima demonstrava otimismo em relação ao futuro e estava animada para passar mais tempo com seu noivo. Em suas palavras: “Estou ansiosa pela minha vida após a guerra e tenho confiança de que coisas lindas virão.”
“Fatima foi uma fonte de inspiração para todos nós na Plan International”, afirmou o Dr. Unni Krishnan, Diretor Humanitário Global da organização.
“Através de sua narrativa destemida e coragem inabalável diante do conflito, ela ofereceu ao mundo uma janela para o custo humano da guerra – e para o coração de Gaza. Conhecemos Fatima não apenas como uma voz poderosa, mas como uma pessoa cheia de amor – pela vida, pela arte e, acima de tudo, pelo povo de Gaza. Seu legado permanecerá conosco para sempre.”
“Durante o conflito, ela demonstrou resiliência extraordinária e, mesmo em meio à luta diária pela sobrevivência, foi uma embaixadora incansável da juventude. Em um artigo que escreveu no ano passado, ela fez ao mundo uma pergunta que ressoa até hoje: ‘não somos humanos, como vocês?’”
“Estamos devastados, e nossos pensamentos estão com sua família, amigos e entes queridos que sobreviveram.”
No projeto mais recente, Fatima trabalhava na documentação de “um dia na vida de uma jovem mulher em Gaza” durante o breve cessar-fogo, por meio de uma série de fotografias. Ela escreveu: “Muitas crianças carregam fardos mais pesados que sua idade permite, num momento em que deveriam estar na escola ou nos parquinhos.”
Ela também refletiu “Nada é mais bonito do que voltar para casa, apesar das dificuldades da jornada, da chegada difícil e da longa espera.”
Segundo o Committee to Protect Journalists, pelo menos 175 jornalistas foram mortos em ataques israelenses a Gaza desde 7 de outubro de 2023. Gaza segue inacessível para a imprensa internacional, o que torna o trabalho de jornalistas locais e da população ainda mais crucial para registrar a realidade atual.
Mais de 51 mil pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde Palestino, incluindo 15.613 crianças e 8.304 mulheres.
Em memória de Fatima, a Plan International segue clamando por um cessar-fogo permanente, imediato e incondicional em Gaza; pelo fim do bloqueio; pelo acesso irrestrito para trabalhadores humanitários e suprimentos de ajuda; e pela responsabilização de todas as violações ao Direito Internacional Humanitário.