Mudanças organizacionais na Plan International Brasil
Com nova posição de vice-diretoria, nova gerente de empoderamento econômico e gênero e renovação no conselho, Plan busca sustentabilidade e diversidade
7 de junho de 2021 - Tempo de leitura: 4 minutos
Com nova posição de vice-diretoria, nova gerente de empoderamento econômico e gênero e renovação no conselho, Plan busca sustentabilidade e diversidade
O primeiro semestre de 2021 tem sido marcado por mudanças importantes na estrutura organizacional da Plan International Brasil, que agora conta com uma nova posição de vice-diretora executiva, uma nova gerente de empoderamento econômico e gênero e um conselho renovado. As mudanças têm o objetivo de buscar a sustentabilidade financeira e trazer mais diversidade para a organização.
A nova vice-diretora executiva é Evelyn Silva, que desde 2018 atua como gerente econômico-financeira da Plan. Ela conta que a criação da vice-diretoria é uma consolidação das mudanças que a Plan já vem implementando nos últimos três anos. “Nós já avançamos muito em termos de gestão de projetos, de gestão orçamentária e fizemos um excelente trabalho dentro de finanças. Agora chegamos a um momento em que precisamos fortalecer a parte de parcerias e novos negócios para continuar o legado na área programática”, diz Evelyn.
Para tornar isso possível, ela acrescenta, foram criados dois blocos. O primeiro, que continua sob a gestão da diretora executiva da Plan, Cynthia Betti, é focado nas atividades-fim da organização, incluindo o desenvolvimento de programas, parcerias e novos negócios, comunicação, captação de indivíduos, controle interno e monitoramento. O segundo, que fica sob a responsabilidade de Evelyn, é focado nas áreas operacionais e estratégicas que dão suporte às atividades-fim, incluindo a parte financeira, administrativa, gestão e compliance de grants, recursos humanos e tecnologias. Evelyn observa que esse modelo organizacional tem tido bons resultados na Plan International de outros países.
“A intenção foi compartilhar a liderança e poder aprofundar mais em cada um dos dois focos”, diz Cynthia. “Evelyn é uma profissional que já está na Plan há três anos e reúne todas as competências necessárias para tocar essas áreas e trazer ainda mais eficiência aos nossos processos”, acrescenta.
Empoderamento econômico e gênero
A nova gerente de empoderamento econômico e gênero da Plan é Raíla de Melo Alves. Advogada de formação, Raíla tem um histórico acadêmico de pesquisas sobre temas relevantes para a Plan: gênero, raça e sexualidade. Ela conta que escolheu se debruçar sobre esses assuntos durante seu mestrado inspirada em sua própria vivência enquanto mulher negra e lésbica que estava envolvida em movimentos sociais no Distrito Federal. “A atuação em direitos humanos com foco específico em mulheres negras e lésbicas permite perceber várias violações e dinâmicas sociais que às vezes não conseguimos observar no macro”, afirma.
Raíla continuou trabalhando com essas questões em seu doutorado e como consultora do Unicef. “Foi quando entendi melhor o trabalho da Plan e realmente me apaixonei pelo foco que se dá às questões de gênero relacionadas às crianças.”
Cynthia observa que Raíla é uma profissional experiente que traz, além do conhecimento em gênero, que é extremamente relevante para a Plan, a questão do empoderamento econômico. “Este é um importante foco que estamos trabalhando com mais ênfase em nossos projetos neste momento,” afirma Cynthia.
Raíla entende o empoderamento econômico não apenas no âmbito do mercado de trabalho e do empreendedorismo, mas como o ato de proporcionar mudanças de ambiente para mulheres, meninas e meninos para que consigam acessar seus direitos de forma plena. “É difícil tratar de violações de direitos se a criança não tem acesso ao básico: à comida, a livros, à escola. Primeiro, a gente precisa alimentar essa criança”, diz Raíla.
Novidades no conselho
A nova formação do conselho curador da Plan reflete a intenção de trazer mais diversidade à organização em termos de gênero, raça e orientação sexual, e também nas experiências, incluindo profissionais com atuação no setor privado, terceiro setor, consultoria, empreendedorismo e políticas públicas. A consultoria Havik fez o processo seletivo (pro bono) de novas e novos integrantes do conselho.
O novo presidente é o pesquisador e consultor Felipe Brescancini, que já era membro do conselho desde 2019 e é fundador do Think Twice Brasil, organização que promove educação em direitos humanos e em impacto social. A vice-presidente é Marly Parra, especialista em marketing e comunicação, com experiência executiva em diversas empresas multinacionais.
Também entrou para o conselho a empreendedora social Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), que ajuda mulheres a buscar geração de renda. “Tenho certeza de que fazendo parte do conselho da Plan vou completar um propósito que eu tenho, que é também ajudar no futuro das meninas”, afirma. Ana acrescenta que sua experiência de 13 anos no universo do empreendedorismo e as conexões que construiu ao longo desse período serão essenciais na realização desse propósito.
Outra adição ao conselho foi Reinaldo Bulgarelli, sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação, professor da Unicamp e atuante na área social desde 1978, com foco nos direitos humanos. “Nos últimos 23 anos, eu tenho atuado no ambiente empresarial com essa agenda e fiquei muito feliz com a possibilidade de estar no conselho da Plan para levar essa experiência e a rede de relações em que estou inserido para contribuir da maneira que fizer sentido para a organização”, diz Reinaldo. Ele acrescenta que a promoção da equidade de gênero faz parte de seu dia a dia em programas de diversidade e inclusão no meio empresarial do país. “Tenho uma visão otimista sobre o futuro da equidade de gênero porque estou vendo esforços nesta direção e que fazem parte das transformações que desejamos.” No conselho também permaneceram Debora Cobar, Mauricio Ajzenberg e Salete Moraes.
Durante este processo de mudança estrutural, o time de gestão – que inclui Ana Paula Andrade, em marketing e comunicação; Flavio Debique, em programas e incidência; Andréia Schroeder, em desenvolvimento de parcerias, e a futura pessoa que vai atuar na gerência de finanças e está em processo de seleção – se mantém como parte essencial da Plan International Brasil.
“Todas as mudanças fortalecem nossa capacidade de realizar a nossa estratégia de ampliação de nossa atuação no país, na busca da melhoria de nossos processos internos, expansão dos nossos programas e projetos, consolidação da nossa marca, para que possamos continuar fazendo o nosso trabalho de tornar o Brasil um país igualitário e justo, especialmente para as meninas”, afirma Cynthia. “Porque um lugar seguro para as meninas é bom para todo mundo.”