24 de janeiro de 2020 - Tempo de leitura: 3 minutos
Programa Habilidades para a Vida, da Plan International, aumenta a frequência escolar das meninas e a paridade de gênero na educação no Laos, país do sudeste asiático. As adolescentes Thern, de 15 anos, e Vai, de 13 anos, contam o que mudou na sala de aula. Confira!
Em muitas comunidades remotas de Laos, o acesso limitado à informação significa que as escolas são frequentemente o único lugar onde as crianças podem aprender as ferramentas importantes de que precisam na vida. Com isso em mente, a Plan International lançou o programa Habilidades para a Vida, para ensinar a uma nova geração de crianças os comportamentos positivos que permitem lidar efetivamente com os desafios da vida cotidiana.
Como parte do projeto, clubes de estudantes foram criados em escolas secundárias para ajudar a ensinar às crianças habilidades de boa comunicação, resolução de problemas e tomada de decisão, além de promover a igualdade de gênero. As disparidades de gênero, que começam na primeira infância e estão presentes em todas as fases da vida das meninas, impedem o acesso a uma educação de qualidade em todos os níveis, bem como a capacidade de usar os benefícios da educação para melhorar suas vidas.
“Era comum aqui ter um menino como líder da sala de aula, porque as pessoas acreditavam que as meninas não podem liderar e gerenciar a classe. Como meninas, não tínhamos habilidades para reclamar ou lidar com o assédio de meninos, por isso sempre ficávamos para trás e permitíamos que eles fizessem o que quisessem na sala de aula”, diz Vai, de 13 anos, aluna de uma escola da província de Oudomxay.
Além de sempre serem escolhidos como líderes de classe, os meninos eram priorizados para atividades sociais e selecionados para falar nas aulas. As meninas não eram reconhecidas por seus esforços ou tinham a chance de liderar qualquer tarefa. Quando meninas e meninos discutiam, sempre se supunha que os meninos estavam certos e as vozes das meninas não eram ouvidas na escola ou fora dela.
Depois de receber treinamento em uma ampla variedade de habilidades para a vida, os clubes estudantis começaram a realizar sessões semanais de treinamento sobre tópicos que vão desde como lidar com o estresse até habilidades de relacionamento interpessoal. Os alunos também conduzem atividades esportivas e realizam eventos culturais em sua escola.
Somchane, 37, é um dos professores que ajudam os alunos. “O clube estudantil está em atividade aqui desde maio de 2018. Como ponto focal, ajudo o líder do clube estudantil a facilitar os conteúdos para o grupo e a coordenar com a equipe da Plan quando precisamos de materiais adicionais. O treinamento tem sido muito útil, principalmente em relação a habilidades de relacionamento”.
As mudanças trazidas pelo clube estudantil em seu primeiro ano são notáveis, principalmente em relação à igualdade de gênero, já que estudantes e professores agora reconhecem a necessidade de meninas participarem de atividades escolares e terem suas vozes ouvidas.
“Agora me sinto mais confiante em conversar com garotos, mesmo os que se comportam mal. Com as habilidades que aprendi no treinamento, sei como lidar com eles e ajudar meus amigos a superar situações ruins”, explica Thern, 15 anos, membra do clube estudantil.
As meninas agora são líderes na sala de aula e desenvolveram as habilidades de comunicação necessárias para se sentirem confiantes ao lidar com os meninos na escola. Os meninos aprenderam sobre os problemas que afetam as meninas e entendem que elas têm direitos e não podem ser assediadas.
“O mais importante para mim é poder discutir mais coisas com meus pais, que antes não apoiavam minha educação. Agora, mudei a opinião deles usando alguns bons conselhos do treinamento da Plan. Antes do treinamento, eu não tinha ideia de como convencê-los. Claro, tudo precisa de tempo para mudar, mas essas habilidades para a vida podem nos ajudar muito”, diz Thern.