Segundo pesquisa lançada em 2016 pela Organização das Nações Unidas (ONU), 13% da população mundial ainda vive em extrema pobreza. Levando em consideração que o planeta abriga atualmente cerca de 7 bilhões de pessoas, isso significa que mais de 900 milhões vivem em extrema pobreza – ou seja, com menos de 1 dólar por dia ou menos de 100 reais no fim do mês.
Além dos prejuízos econômicos da persistência da pobreza, que acaba freando o crescimento do PIB mundial e o desenvolvimento estrutural dos países, há graves consequências sociais persistentes a partir desse cenário. Entre elas, está o fato de que a pobreza contribui de forma determinante para os casos de violência contra meninas.
Com suas famílias vivendo em situação de vulnerabilidade social, muitas vezes as meninas deixam de estudar para começar a trabalhar e ajudar suas famílias. Segundo a pesquisa Por Ser Menina, publicada pela Plan International Brasil em 2014, 13,7% das meninas de 6 a 14 anos já tiveram alguma experiência de trabalho em suas vidas e o trabalho doméstico é a principal forma de exploração contra elas.
Além disso, por estarem em situação de vulnerabilidade, muitas meninas acabam vivendo sob o risco de exploração sexual. Em 2015, segundo dados do Disque Denúncia Nacional, foram mais de 25 denúncias de exploração sexual contra meninas todos os dias! E não é apenas isso: por estarem mais passíveis a situações de violência sexual e por quase sempre não terem acesso às informações sobre métodos contraceptivos, muitas dessas meninas acabam passando por gestações precoces, o que lhes faz ser submetidas, muitas vezes, a casamentos precoces também. Segundo informações da ONU, o Brasil é o 4º país no ranking mundial de casamentos infantis.
A erradicação da pobreza na Agenda 2030.
Por todo esse cenário, a ONU coloca a erradicação da pobreza como o Objetivo 1 de sua Agenda 2030. Para a organização, a erradicação de todas as formas de pobreza é um dos maiores desafios para o desenvolvimento sustentável. Por isso, uma das metas presentes no Objetivo 1 da Agenda 2030 é que os países construam parcerias que viabilizem a mobilização de recursos para a criação de programas e políticas que erradiquem a pobreza em todos os sentidos, para que a população vulnerável possa ter condições mínimas de sobrevivência e seja possível, até 2030, reduzir à metade a proporção de pessoas que vivem em situação de pobreza.
Sobre a Agenda 2030
O desenvolvimento sustentável é aquele que consegue atender às necessidades da geração atual sem comprometer a existência das gerações futuras. Em setembro de 2015, percebendo que os indicadores econômicos, sociais e ambientais dos últimos anos eram pessimistas quanto ao futuro das próximas gerações, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs que os seus 193 países membros assinassem a Agenda 2030, um plano global composto por 17 objetivos (ODSs) e 169 metas para que esses países alcancem o desenvolvimento sustentável em todos os âmbitos até 2030.