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5 de outubro de 2021 - Tempo de leitura: 3 minutos
Plan International
A pesquisa foi realizado, ao todo, em 33 países
Em um mundo cada vez mais digital, a internet tornou-se uma ferramenta indispensável para aprendizado, engajamento social e ativismo. No entanto, o espaço virtual, que oferece oportunidades de expressão e acesso à informação, também expõe meninas e jovens mulheres a uma crescente onda de desinformação e fake news.
O relatório State of the World’s Girls, da Plan International, mergulha profundamente nesse tema, revelando os desafios enfrentados por mais de 26 mil adolescentes e jovens, em uma fase quantitativa da pesquisa.
Fake news na vida das meninas: Uma ameaça invisível
A pesquisa aponta que 91% das entrevistadas estão preocupadas com a desinformação on-line, sendo que 40% estão muito ou extremamente preocupadas. Esse fenômeno afeta diretamente o modo como essas jovens se informam sobre o mundo, compromete seu senso crítico e limita seu potencial de atuação política e cívica. Para muitas, como destacou Nabila, 18 anos, da Alemanha, o maior medo é “estar sendo manipulada sem perceber”.
As fake news não apenas desinformam, mas também desencorajam. Uma em cada quatro meninas sente-se insegura para expressar suas opiniões on-line, e uma em cada cinco deixa de se engajar em política ou assuntos sociais por receio de represálias ou dúvidas quanto à veracidade do conteúdo. Além disso, o impacto emocional é alarmante: 46% relatam sentimentos de tristeza, estresse, ansiedade ou depressão em decorrência da desinformação.
Quem deve combater as fake news? A percepção de meninas e jovens mulheres
No atual cenário digital, onde a circulação de informações acontece em tempo real, as fake news representam uma ameaça significativa, especialmente para meninas e jovens mulheres. A desinformação online pode moldar percepções, impactar decisões e afetar profundamente a saúde mental e emocional. Mas afinal, quem deveria ser responsável por combater esse problema?
Segundo a pesquisa realizada pela Plan International, a maior parte das meninas e jovens mulheres acredita que as empresas de redes sociais devem assumir a liderança no combate às fake news. 24% das entrevistadas indicaram essas plataformas como as principais responsáveis por conter a disseminação de desinformação, já que são nelas que boa parte do conteúdo enganoso é compartilhado em massa.
Em segundo lugar, 21% das participantes apontaram as empresas e companhias de notícias como responsáveis por combater as fake news. Isso evidencia a confiança na mídia tradicional como fonte de informação mais segura e a expectativa de que os veículos jornalísticos façam a checagem e a correção dos fatos com responsabilidade.
Baixa confiança nas instituições educacionais e comunitárias
Curiosamente, as instituições educacionais foram mencionadas por apenas 2% das entrevistadas, e as instituições de caridade, organizações comunitárias e líderes religiosos ou comunitários por apenas 1%. Isso indica uma lacuna na percepção do papel dessas entidades na formação crítica e educativa sobre o uso consciente da internet e das informações que circulam nela.
A responsabilidade para combater a desinformação é coletiva. As meninas entrevistadas não apenas exigem mudanças, mas propõem soluções concretas. Elas pedem maior compromisso dos governos e das plataformas digitais na criação de políticas de verificação de fatos e combate à misoginia on-line. Rachel, 18 anos, dos EUA, reforça: “eles [as redes sociais] precisam fazer um trabalho melhor para impedir a disseminação de desinformação”.
Além disso, é urgente incorporar a alfabetização digital nos currículos escolares. Programas educacionais voltados especificamente às necessidades de meninas podem fortalecer seu pensamento crítico e ajudá-las a navegar com mais segurança e confiança pelo mundo virtual.
Os dados reforçam a necessidade de uma abordagem multissetorial no combate à desinformação. Embora redes sociais e mídia sejam vistas como os principais agentes, é fundamental que escolas, comunidades e instituições públicas também se envolvam no processo de alfabetização midiática e digital. Somente com a união de esforços será possível proteger as meninas e jovens mulheres dos impactos devastadores das fake news e garantir o direito à informação segura e confiável.
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