Com o tema #ConectadaseSeguras, as meninas ocuparam espaços públicos como o governo do Estado do Maranhão e perfis de influenciadoras digitais, como a jornalista Ana Paula Padrão e a atriz Thainá Duarte
30 de outubro de 2020 - Tempo de leitura: 3 minutos
Com o tema #ConectadaseSeguras, as meninas ocuparam espaços públicos como o governo do Estado do Maranhão e perfis de influenciadoras digitais, como a jornalista Ana Paula Padrão e a atriz Thainá Duarte
Outubro é um mês especial para a Plan International. Além da comemoração do Dia Internacional da Menina, em 11 de outubro, este é o mês em que meninas passam a ocupar temporariamente o lugar de pessoas de destaque na sociedade para promover o empoderamento feminino e a busca pela igualdade de gênero. É o nosso movimento #MeninasOcupam.
Este ano, devido à pandemia de COVID-19, o movimento foi um pouco diferente. Para respeitar as medidas de distanciamento social, as meninas ocuparam espaços virtuais de destaque para transmitir mensagens importantes sobre a luta por oportunidades e direitos iguais para meninas e meninos.
Diante deste novo contexto mundial, torna-se importante discutir a segurança das meninas no ambiente on-line. Este foi o tema do seminário “Conectadas e Seguras – Desafios para a Presença de Meninas no Espaço On-line”, realizado em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Escola Nacional Ministério Público em 8 de outubro. O evento marcou o lançamento nacional da pesquisa global “Liberdade On-line? – Como meninas e jovens mulheres lidam com o assédio nas redes sociais”, em que a Plan International ouviu 14 mil meninas e jovens mulheres em 22 países, incluindo o Brasil, onde 500 meninas foram entrevistadas.
O estudo constatou que, no mundo, 58% das meninas já foram assediadas nas redes sociais. No Brasil, essa porcentagem é ainda maior: 77%. “Essa pesquisa nos traz a voz das meninas que mais uma vez são as mais impactadas por uma violência sofrida em razão de seu gênero, sua cor de pele e sua orientação sexual”, afirmou Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil durante o evento. Ela também chamou a sociedade civil, o governo e o Ministério Público para desenvolverem uma ação conjunta no intuito de garantir segurança para que as meninas possam continuar se expressando e sendo respeitadas em todos os ambientes que quiserem frequentar.
Auricélia, de 18 anos, da Escola de Liderança para Meninas em Teresina (PI) também participou do evento. “Essa é a importância da campanha, nos trazer aqui para falar como é essa situação do assédio on-line e falar com autoridades para que medidas sejam tomadas”, afirmou.
Entre as meninas que sofrem assédio, 9% afirmaram que a solução que encontraram foi deixar de postar suas próprias opiniões, 9% disseram que mudaram a forma de se expressarem e 5% deixaram de usar as redes sociais onde o assédio ocorreu. Para o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, esse é um dado preocupante. “Não se conectar às redes sociais hoje é deixar de se conectar com o mundo”, afirmou. “Há que se ter uma política de Estado a respeito desse tema e o Ministério Público, como articulador de políticas de Estado, não pode ficar de fora desse debate.”
Embaixadora da Plan, a jornalista Ana Paula Padrão também participou do encontro e enfatizou que muitas meninas sequer sabem o que é o assédio digital. “São milênios de história que fazem com que ela naturalize, ache normais certas atitudes que de normais não têm nada. É muito difícil para a mulher reconhecer o abuso”, disse.
Ocupações
Ana Paula Padrão também foi uma das personalidades que cederam suas redes sociais para a ocupação das meninas ao longo do mês. Ela abriu espaço para Bruna Vitória, do Maranhão, falar sobre a campanha #ConectadasESeguras. Outras três embaixadoras da Plan fizeram o mesmo: as jornalistas Joyce Ribeiro e Neivia Justa, além da atriz Thainá Duarte.
Já a deputada estadual do Piauí Lucy Soares teve seu perfil ocupado por Auricélia, de 18 anos, e a deputada federal Tabata Amaral abriu seu perfil para Vitória, de 15 anos. O governador do Maranhão, Flávio Dino, também cedeu temporariamente seu cargo à menina Bruna Vitória. Em Teresina (PI) houve ocupação da prefeitura.
Ao todo, 18 personalidades cederam seus perfis para meninas expressarem suas vozes ao longo do mês. As ocupações focaram na conscientização sobre a necessidade de fazer das redes sociais um espaço mais seguro para as meninas. As ocupantes convocaram o público a assinar uma carta direcionada às principais empresas de mídias sociais exigindo que elas tenham mais responsabilidade e tomem ações efetivas contra esses abusos cometidos com frequência.
Como resultado da campanha, o Instagram já se comprometeu a ouvir um grupo de 10 meninas ativistas de vários países para discutir como a plataforma pode lidar com o assédio on-line em colaboração com a Plan International.
Na cidade de Caxias (MA), uma parceria entre a Plan International e a Secretaria da Juventude também levou a uma série de ocupações que devem ocorrer até o final do mês. Algumas das personalidades locais que participaram da campanha foram Shayana Kelly, Jessica Goulart e Bruna Mayerle.
Veja abaixo a lista das ocupações que ocorreram ao longo do mês:
Em parceria com Coordenação da Juventude da prefeitura de Caxias, no Maranhão: