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24 de outubro de 2016 - Tempo de leitura: 2 minutos
Enquanto o mundo dos adultos anda surdo ao que as crianças dizem, o grito de Nayana é convicto: criança tem que ser ouvida! E suas vozes devem ser traduzidas em políticas públicas, escolas e espaços de convivência.
“A criança é um mundo de possibilidades e parece que colocamos uma parede de concreto de cada lado do rosto para não escutar esse mundo”, diz Nayana. Paulistana nascida em 1983, Nayana Brettas se encantou pelas vozes das crianças quando ainda estava na escola. No início do ensino médio, a garota tornou-se voluntária de um projeto de mediação da leitura, experiência importante na decisão por cursar ciências sociais.
O desejo de entender a participação das crianças como atores sociais a levou para um mestrado em sociologia da infância. A partir daí, Nayana desenvolveu uma metodologia de escuta que busca compreender o que as crianças querem para o lugar onde vivem, brincam e aprendem e que procura por essas pistas no universo brincante, imaginativo e criativo da criança.
Em 2013, Nayana criou o projeto Criança Fala. Seu intuito é, novamente, ouvir as crianças em escolas e comunidades de São Paulo – ouvir e contar para todo mundo quais são as transformações que as crianças querem para os espaços públicos. Um recado que é dado por meio de pinturas das brincadeiras e dos desenhos das crianças em ruas e calçadas, de lambe-lambes com suas falas em postes e também de cortejos, realizados na região central da cidade, levando crianças a invadir as ruas para dançar, brincar e mostrar que aquele espaço também é delas.
Após a leitura do livro Se criança governasse o mundo, de Marcelo Xavier (Formato), sugere-se perguntar às crianças como seria o mundo governado por elas. As falas devem então ser anotadas. Pode-se pedir também que elas desenhem esse mundo. Os desenhos e as falas podem virar lambe-lambes que, colados nos postes próximos à escola ou instituição parceira, permitem que a comunidade conheça as produções das crianças e o que elas esperam do mundo.
O Diário de Anne Frank, de Anne Frank e Mirjam Perssler (Editora Record)
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (Cosac Naify)
CriaCidade
Instituto de Arte Tear
