7 de novembro de 2022 - Tempo de leitura: 4 minutos
Vídeos são estrelados por jovens do Programa Adolescente Saudável e contam com a participação de influenciadoras digitais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. A nova temporada da websérie Saúde no Rolê apresenta essa definição na prática. O primeiro episódio, “Juventude e Saúde Mental”, aborda uma discussão que tem ganhado mais espaço depois da pandemia de Covid-19, a saúde mental. Já o segundo episódio, “Gênero e Saúde”, fala sobre a prevenção de doenças para meninas e meninos, apontando a influência do gênero na frequência de atividades físicas e na obesidade.
Os vídeos fazem parte do Programa Adolescente Saudável (PAS), uma iniciativa da AstraZeneca global em parceria com a Plan International Brasil. A websérie Saúde no Rolê foi lançada em 2019 com os quatro primeiros episódios sobre gravidez na adolescência, consumo de álcool e tabaco, alimentação saudável e atividade física. Esta segunda etapa traz outros temas, mas se mantém alinhada à realidade dos jovens de 10 a 24 anos. Adolescentes multiplicadores do PAS conduzem os vídeos, que têm cerca de oito minutos de duração cada.
“É importante a presença dos jovens tanto na apresentação, quanto nos espaços de gravação da websérie. Assim, promovemos o protagonismo deles e ajudamos a fortalecer suas habilidades de comunicação como educadores pares, que têm o papel de multiplicar o conteúdo para outros jovens”, afirma Angelica Duarte, coordenadora de projetos da Plan em São Paulo.
Juventude e Saúde Mental
Em plena adolescência, vivendo a transição da infância para a vida adulta, com uma avalanche de transformações no corpo, no modo de pensar, no comportamento e no papel social, os jovens precisaram se isolar, longe dos colegas e amigos, para ajudar a conter a pandemia do coronavírus. Por esse motivo, o primeiro episódio da nova temporada de Saúde no Rolê trata da saúde mental.
A dupla de jovens apresentadores, Julia Vitória e Yago, nos guia pelo tema, com informações relevantes e orientações úteis sobre como atravessar essa turbulenta fase da vida sãos e salvos. De acordo com a OMS, 50% de todas as condições de saúde mental começam aos 14 anos.
“A saúde mental é o bem-estar. É você conseguir passar pelas coisas na sua vida, até mesmo as ruins, e depois seguir em frente”, explica Julia no vídeo a partir de definições do Fundo de Emergência Internacional da Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O episódio também conta com a participação da influenciadora Ellen Valias, conhecida nas redes sociais como Atleta de Peso, que explica a importância do estilo de vida na garantia da saúde mental. “A atividade física melhora a saúde mental e o bem-estar porque libera serotonina, que é o hormônio da felicidade, que faz você se sentir bem”, diz Ellen.
A psicóloga Milena Reis completa o elenco. Ela explica que além da prática de exercícios, a alimentação balanceada e uma boa noite de sono formam os três pilares fundamentais na prevenção de doenças como ansiedade e depressão. “É importante a gente pensar nesses três pilares. E por quê? Porque os adolescentes vão envelhecendo, e a alimentação, o sono e a atividade física viram hábitos”, argumenta a psicóloga.
Uma pesquisa publicada no periódico Frontiers in Psychiatry (Fronteiras na Psiquiatria) apontou que o exercício físico regular pode reduzir em até 60% os riscos para o desenvolvimento da ansiedade.
Gênero e Saúde
O segundo episódio da nova temporada propõe a reflexão sobre como a desigualdade de gênero afeta até mesmo a saúde de meninas e meninos. Alanys e Júlio, jovens multiplicadores do Programa Adolescente Saudável, mostram que as distinções de esportes e comportamentos começam logo na infância, limitando a liberdade das crianças, e avançam perigosamente sobre o autocuidado e a prevenção.
“O sedentarismo, por exemplo, é mais comum entre mulheres (50,4% contra 41,2% entre homens). Já a alimentação das mulheres costuma ser mais saudável, com mais frutas e hortaliças, enquanto os homens optam mais por sais, refrigerantes e carnes gordurosas”, informa Júlio, com dados do Ministério dos Esportes.
“E apesar de mais saudáveis, são as mulheres que mais sofrem com insegurança alimentar. Isso se explica pelo fato de assumirem mais a responsabilidade com os filhos, sempre priorizados na alimentação”, acrescenta Alanys, com informações de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A atriz e influenciadora Livia La Gatto, que viraliza vídeos sobre os direitos das mulheres, aborda o assunto falando sobre como a desigualdade de gênero deve ser tratada nas redes sociais.
“A mulher precisa lutar para que seus direitos sejam reconhecidos. Agora, ao invés de gritar e chorar diante das injustiças, ela compartilha vídeos que a representem. O homem precisa saber quando seus comportamentos são ruins e que eles estão sendo vistos, que a gente não autoriza esse tipo de tratamento”, defende ela.
Em seguida, Jaque Conceição, especialista em raça e gênero, avança no assunto, apontando que as pressões sociais para que cada um tenha seu papel definido faz mal até para a saúde, literalmente.
“Essa ideia de que os homens são seres fortes e invencíveis faz com que eles se exponham mais a riscos. São incentivados a beber, por exemplo, mas não são orientados sobre os efeitos. A cirrose é mais comum entre homens”, exemplifica Jaque.