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Foco em direitos das meninas marcou a década na Plan International Brasil

Confira algumas de nossas ações pela luta dos direitos das meninas nos últimos 10 anos. Nossa diretora Cynthia Betti fala sobre avanços e próximos desafios.

Duas mulheres e dois homens caminham lado a lado. Elas e eles fazem parte da equipe da Plan International Brasil, que luta pelos direitos das meninas. Atrás deles, há algumas pessoas caminhando também. Todos sorriem.
Para os próximos anos, o objetivo é continuar lutando para que as meninas possam crescer livres de violência, ter suas vozes ouvidas e respeitadas, além de fazer suas próprias escolhas.

A década que está prestes a terminar foi marcada pelo foco na causa das meninas aqui na Plan International Brasil. Um dos projetos nessa área, a Escola de Liderança para Meninas, foi recentemente reconhecido pela comunidade internacional com o Prêmio 2019 de Direitos Humanos da União Europeia do Brasil. “Eu sinceramente acho que esse prêmio veio coroar nossa estratégia de trabalhar a causa das meninas e mostrar que estamos no caminho certo”, diz Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil.

Para os próximos anos, o objetivo é continuar lutando para que as meninas possam crescer livres de violência, ter suas vozes ouvidas e respeitadas, além de fazer suas próprias escolhas. Cynthia afirma que, ao longo desta década, outras organizações seguiram o caminho da Plan e também passaram a voltar a atenção para as meninas. “Isso é muito bom porque não estamos mais sozinhos. Outras organizações perceberam que precisavam fazer esse recorte, que não dava mais para falar só em crianças ou em mulheres, que era preciso olhar para as meninas de uma forma diferente.”

11 dados importantes sobre a luta pela igualdade de gênero

Um dos trabalhos realizados nesta década que reforçou a tese de que é preciso dar uma atenção especial às meninas foi o relatório Por Ser Menina no Brasil, que entrevistou meninas de 6 a 14 anos das cinco regiões do país. A pesquisa, lançada em 2014, revelou como a desigualdade de gênero afeta a vida das meninas brasileiras. Por exemplo, enquanto 65,6% das meninas limpam a casa, apenas 11,4% de seus irmãos meninos fazem o mesmo. Também com esse enfoque, a campanha Quanto Custa a Violência Sexual Contra Meninas?, de 2015, demonstrou os impactos da cultura do estupro no Brasil.

Desde 2016, a campanha anual #MeninasOcupam tem levado meninas a ocupar cargos de liderança em vários estados do país. As ocupações têm crescido a cada ano. Em 2019, foram quase 120, incluindo a prefeitura de São Paulo, o governo do estado do Maranhão e a Procuradoria Geral do Estado da Bahia.

Apesar de a década ter sido marcada por uma evolução na compreensão sobre a importância da igualdade de gênero e da luta pelos direitos das meninas, ainda há um longo caminho pela frente.

A década também foi marcada por projetos importantes relacionados ao combate ao casamento infantil. Em 2018, a Plan lançou o documentário “Casamento Infantil” com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os problemas que esse fenômeno acarreta na sociedade. Em 2019, foi a vez do lançamento do estudo “Tirando o Véu”, que aprofundou o entendimento sobre o casamento infantil no país.

Outra contribuição recente da Plan para a causa das meninas foi criar uma releitura das princesas Ariel, Bela Adormecida, Rapunzel e Cinderela para inspirar as meninas a serem as heroínas de suas próprias vidas. Na coleção A Revolução das Princesas, as novas princesas passaram a contribuir com a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento das futuras mulheres.

O trabalho árduo em defesa do direito das crianças nos últimos anos teve reconhecimento. Além do Prêmio 2019 de Direitos Humanos da União Europeia do Brasil, a Plan foi contemplada em 2016 com o Prêmio Zilda Arns, que homenageia boas práticas para a primeira infância, e com o Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes pela metodologia “Jovens Mobilizadores”, que mobilizou crianças, adolescentes e jovens contra a violência sexual em escolas públicas da Bahia.

Para Cynthia, apesar de a década ter sido marcada por uma evolução na compreensão sobre a importância da igualdade de gênero e da luta pelos direitos das meninas, ainda há um longo caminho pela frente. “Na próxima década, vamos focar não só na menina, mas na menina periférica, na menina negra, queremos trazer para o foco todas as meninas que muitas vezes ficam invisibilizadas. São elas que vão falar em nome da Plan e em nome delas mesmas”, diz. “Não vamos parar até que elas sejam escutadas e respeitadas.”