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NICOLE DISCURSA NA UNICEF SOBRE POBREZA, FOME E SAÚDE

Jovens de diversas organizações participaram da mesa “Bringing Children to the Table: Children’s Contribution to the Implementation of the SDGs” (ou “Trazendo as crianças para a mesa: a contribuição das crianças para a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável”). No encontro, Nicole, da Plataforma Meninas no Poder da Plan International Brasil, falou sobre os 3 ODSs que considera mais urgentes: a erradicação da pobreza, a fome zero e a promoção da saúde e do bem-estar.

Meu nome é Nicole, tenho 15 anos e moro em Porto Alegre, região sul do Brasil. Estou aqui representando as meninas do meu país. Especialmente as meninas negras e pobres.

Estando nessa posição, me sinto desrespeitada pelo governo do meu país, que não proporciona um lugar adequado para meus estudos, o posto de saúde mais próximo não atende minhas necessidades básicas, transporte público não é suficiente.

Por isso, vou falar sobre as ODS que são as mais urgentes para a comunidade onde vivo: O ODS 1, Erradicação da Pobreza; ODS 2, Fome Zero; e a ODS 3, Saúde e bem-estar.

Para mim, faz muito sentido que a Erradicação da Pobreza seja o primeiro objetivo. Porque a pobreza é o fio condutor de todos os outros problemas. Apesar da região Sul do Brasil apresentar bons números no índice de desenvolvimento, meu estado, o Rio Grande do Sul, tem a maior população pobre da região.

Além disso, negros e pardos representavam 54% da população brasileira em 2015, mas nossa participação no grupo dos mais pobres era muito maior: 75%.

O Brasil já é um exemplo global no combate à fome, mas as crises política e econômica que estamos vivendo, ameaçam essa melhora. A produção nacional de alimentos é suficiente para alimentar toda a população do país, mas mesmo assim, a desigualdade de renda e o desperdício ainda fazem com que mais de 7 milhões de pessoas sejam afetadas pela fome.

A fome leva à desnutrição, retardo no crescimento, consumo de alimentos inadequados, aumento de doenças e os serviços públicos de saúde acabam não dando conta.

No momento, estamos no meio de uma crise econômica no Brasil, no ano passado quase 2 milhões de brasileiros perderam seus empregos e consequentemente, perderam o plano de saúde particular e começaram a usar a rede pública.

O sistema público de saúde, que já estava sem condição de atender a população, está mais cheio e com menos recursos. Em 2017 estão em risco até os programas de saúde já existentes, voltados para saúde mental, pessoas com deficiência, atendimento pré natal, entre tantos outros.

A gente já sabe o que esperar. Grandes filas, emergências lotadas e sem equipamentos para atender a população, falta de leitos, proliferação de doenças infecciosas no ambiente hospitalar.

O Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo quando o assunto é proteção de crianças e adolescentes. Mesmo assim, precisamos ter políticas públicas capazes de combater a pobreza, a fome e a ineficiência dos serviços públicos de saúde desde o nascimento. Independente de raça, localização geográfica ou gênero.

As nossas necessidades são urgentes, porque não estamos vivendo no futuro. Vivemos agora. Nós, crianças e adolescentes brasileiros temos direito a boas condições de desenvolvimento, alimentação e serviços de saúde de qualidade.

Queremos olhar para o futuro e ter certeza que ele vai ser melhor!

 

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